Juíza ligada a Bush admite que houve tortura em Guantánamo

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Moria
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Juíza ligada a Bush admite que houve tortura em Guantánamo

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Juíza ligada a Bush admite que houve tortura em Guantánamo

Uma alta autoridade do governo Bush reconheceu oficialmente que os militares dos EUA torturaram um cidadão saudita detido por suspeita de envolvimento com os ataques de 11 de setembro, informa a edição online do jornal Washington Post nesta quarta.
"Nós torturamos (Mohammed al-)Qahtani", disse Susan J. Crawford em entrevista ao jornalista Bob Woodward, a primeira concedida desde que foi nomeada para o cargo pelo secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates. Ela é responsável por decidir quais os prisioneiro de Guantánamo que serão julgados por terrorismo.
Segundo Susan, o tratamento dado a Qahtani incluiu isolamento, privação de sono, nudez e prolongada exposição a baixas temperaturas, expondo o prisioneiro a uma "condição que ameaçou sua vida".
"Seu tratamento corresponde à definição legal de tortura", acrescentou Crawford. "E por isto é que não referi o caso" para um julgamento Crawford disse que a combinação de técnicas de interrogatório, sua duração e o impacto sobre a saúde de Qatani a levaram a esta conclusão.
"As técnicas que usaram foram todas autorizadas, mas a forma nas quais as aplicaram foi excessivamente agressiva e persistente demais", acrescentou.
"Quando alguém pensa em tortura pensa em alguns atos físicos horrendos infligidos a um indivíduo", acrescentou. "Isto não foi um ato em particular, foi uma combinação de coisas que tiveram um impacto médico que prejudicaram sua saúde".
O presidente eleito Barack Obama, que será investido na próxima terça, disse que repudia a tortura e que considera que alguns métodos aplicados durante o mandato do presidente George W. Bush constituem tortura, mas se mostrou menos drástico quanto à investigação e processo dos responsáveis pelos mesmos.
Os promotores militares disseram em novembro que apresentarão novas acusações contra Qahtani que se sustentam em interrogatórios mais recentes e que não empregaram estes métodos.
Crawford, que já desprezou as acusações por crimes de guerra contra Qahtani em maio, disse na entrevista que não permitirá que os promotores levem adiante o caso.
Qahtani teve a entrada nos Estados Unidos negada um mês antes dos ataques de 11 de Setembro de 2001, e segundo a promotoria deve ser o 20º integrante dos grupos de terroristas que realizaram esta ação.
Os militares americanos capturaram Qahtani no Afeganistão e o levaram para Guantánamo em janeiro de 2002. Os interrogatórios ocorreram durante 50 dias entre novembro de 2002 e janeiro de 2003 e ele permaneceu isolado até abril de 2002, afirma o jornal.
Juiza aposentada, Susan trabalhou como conselheira legal do exército durante a administração Reagan e inspetora do Pentágono durante a gestão de Dick Cheney na secretaria de Defesa no governo de George Bush pai. Ela é a primeira grande autoridade do governo Bush a admitir publicamente que um prisioneiro de Guantánamo foi torturado.

Com agência EFE

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3447185-EI8141,00-Juiza+ligada+a+Bush+admite+que+houve+tortura+em+Guantanamo.html

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