Céticos malditos e o aquecimento global

[Johnny]

E-mails de cientistas vazam e céticos dizem achar "provas"
Folha de S. Paulo

Piratas virtuais tiveram acesso a pouco mais de mil e-mails trocados desde 1996 por alguns dos principais climatologistas ao redor do mundo e colocaram tudo na internet.

Céticos do aquecimento global dizem ter encontrado ali provas de que os cientistas falsificaram deliberadamente pesquisas. Os cientistas rebatem dizendo que os céticos estão vendo uma conspiração onde não há nada.

Os invasores conseguiram isso ao acessar os servidores da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, que é um centro de referência em estudo do clima. A frase que vem causando mais confusão está em mensagem enviada por um professor de lá, o climatologista Phil Jones, a colegas nos EUA.

Ele dizia que tinha usado o mesmo "truque" que Michael Mann, geofísico da Universidade Estadual da Pensilvânia, para "esconder o declínio" em uma série de temperaturas.

No site Real Climate (www.realclimate.org), os cientistas escreveram para se defender. Dizem que usam "com frequência o termo truque para se referir a um bom jeito de lidar com um problema, e não para dizer que algo é secreto".

Sobre "esconder o declínio", eles dizem que Jones se referia a um problema científico específico --as medições do tamanho dos anéis das árvores-- e que escolheu mal as palavras.

Morreu!

As mensagens tinham caráter bastante pessoal. Por isso, é possível encontrar mensagens xingando céticos do clima ("idiotas") e até comemorando a morte de um deles (o australiano John Daly, em 2004).

Um climatologista (Ben Santer, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos EUA) diz que se encontrasse o cético do aquecimento global Pat Michaels (climatologista da Universidade de Virgínia) ficaria "tentado a bater" nele.

Circulou também uma montagem amadora de céticos do clima famosos em uma placa de gelo, dizendo que o aquecimento global é uma fraude.

Os autores dos e-mails não negam que eles sejam verdadeiros. Mas dizem que o fato de serem elegantes ou não em conversas pessoais não serve como crítica aos seus trabalhos.

"A gravidade não é uma teoria útil porque Newton era uma pessoa legal", dizem. (Notavelmente, Isaac Newton não foi um sujeito muito carismático.)

"É tentador apontar e dizer que as pessoas não deviam abrir tanto seus pensamentos. Mas quem ficaria feliz se seus e-mails virassem públicos?"

De qualquer forma, a maior parte das conversas não passa de discussões técnicas, que podem soar muito chatas para quem não é climatologista.

Houve controvérsia em torno de mensagens em que se debatia como divulgar ao público evidências de que o aquecimento global é causado por humanos. Eles discutiam a possibilidade de escolher modos de elaborar os trabalhos para que o aquecimento impressionasse. Mas nenhum e-mail mencionava manipulação de dados.
http://www.olhardireto.com.br/noticias/ ... 4&id=65298

[Neuromancer]

Podem haver erros sobre o aquecimento global. Mas daí a achar que existe um imenso complô mundial dos cientistas é pura paranóia.
Considerando esta teoria conspiracionista, vem-me uma pergunta: Por quê? O quê ganhariam com isto?

[Tranca]

Devem estar mancomunados com as empresas que vendem bloqueadores e protetores solar.

Só pode ser.

E digo mais: EU JÁ SABIA, KKKKK...

[Anna]

pra mim isso ai está no mesmo nível de todas as teorias conspiratórias, tipo: a Nasa esconde extraterrestres, os cientistas bloqueiam a pesquisas sobre espírito, a gente mente sobre a evolução mas sabemos que deus criou tudo, e por ai vai!
Me poupa!

[Johnny]

os cientistas bloqueiam a pesquisas sobre espírito

Mas é a pura verdade Anna!

[Zato-one]

É verídico o fato dos mails? Pois ondo passo a notícia quase sempre é ctrl+c e ctrl+v, de uma mesma fonte. Tem alguma referência a onde achar esses mail? Porque , puxa, de 1996 pra cá...
A resposta do site, a qual fazem questão de dizer onde, mas não deixam o link direto(porque será? ):

O CRU hack
Arquivado em: Ciência do Clima grupo @ 20 de novembro de 2009
Como muitos de vocês estarão cientes, um grande número de e-mails oriundos do servidor de webmail da Climate Research Unit (CRU), da Universidade de East Anglia foram hackeados recentemente (Apesar de alguma confusão gerada por Anthony Watts, isso não tem absolutamente nada a ver com o Hadley Centre, que é uma instituição totalmente independente). As pessoas também estão, sem dúvidas, conscientes de que invadir computadores e divulgar informações particulares é ilegal, e independentemente da forma como foram obtidos, enviar correspondência privada sem autorização é antiético. Por isso, não vamos pôr qualquer um dos e-mails aqui. Estávamos cientes da existência deste arquivo na manhã de terça-feira passada, quando os hackers tentaram carregá-la para o RealClimate, e nós notificamos o CRU da possível violação de segurança, até aquele dia.

No entanto, esses e-mails (presumivelmente uma seleção cuidadosa de (possivelmente editada?) Correspondência que remonta a 1996, e recentemente, em 12 de novembro) estão sendo amplamente divulgadas e, portanto, requerem algum comentário. Alguns deles envolvem pessoas aqui (e o arquivo inclui o primeiro e-mail RealClimate que nós já enviamos para os colegas) e incluem discussões que tivemos com o pessoal do CRU sobre temas relacionados com o registro de temperatura da superfície e algumas paleo-questões relacionadas principalmente à assegurar que as mensagens eram precisas.


Desde que e-mails são normalmente destinados a particulares, pessoas que escrevem eles são, digamos, um pouco mais livres para se expressarem do que em uma declaração pública. Por exemplo, temos a certeza que ele vem como um choque ao saber que muitos cientistas não possuem Steve McIntyre em alta conta. Nem que um grande grupo deles pensou que os trabalhos de o Soon e Baliunas (2003), Douglass et al (2008) ou McClean et al (2009) não eram muito bons (para dizer o mínimo) e não deveriam ter sido publicados. Esses sentimentos têm sido muito claro na literatura (embora possivelmente menos abertamente).

Mais interessante é o que não está contido no e-mails. Não há nenhuma evidência de qualquer conspiração mundial, nenhuma menção do financiamento nefasto da pesquisa de clima de George Soros, nenhum grande plano para 'livrar-se do MWP', sem admissão de que o aquecimento global é uma farsa, não há prova da falsificação dos dados, e não "cruzamento de ordens" de nossos senhores comunistas / socialistas / vegetarianos. A paranóia vai colocar abaixo e os hackers também estão no meio da trama.

Em vez disso, há uma espiada em como os cientistas realmente interagem e os conflitos mostram que a comunidade está muito longe do monolito que às vezes se imagina. As pessoas que trabalham de forma construtiva para melhorar publicações conjuntas; cientistas que são amigáveis e concordam com muitas das questões de grande impacto, às vezes discordando sobre os detalhes e na prática de debates 'robustos' ; Cientistas expressando frustração com a deturpação do seu trabalho em arenas politizadas e queixando-se quando a media reportam errado; Cientistas ressentindo o tempo que têm de tirar de suas pesquisas para tratar sobre os absurdos sensacionalistas. Nada disso deve ser chocante.

É óbvio que o ruído de geração de componentes da blogosfera vai gerar muito barulho sobre isso. mas é importante lembrar que a ciência não funciona porque as pessoas são educadas em todos os momentos. A gravidade não é uma teoria útil porque Newton era uma pessoa agradável. QED não é poderoso porque Feynman foi respeitoso com as outras pessoas ao seu redor. A ciência funciona porque grupos diferentes vão sobre tentar encontrar a melhor aproximação da verdade, e geralmente são muito competitivos sobre isso. Que os mesmos cientistas podem ainda todos concordarem sobre a formulação de um capítulo do IPCC, por exemplo, é, portanto, ainda mais notável.

Sem dúvida, os casos de que colhiam e mal formuladas frases "te peguei" serão postas para fora do contexto. Um exemplo vale a pena mencionar rapidamente. Phil Jones em discussão da apresentação de reconstruções de temperatura declarou que "eu apenas completei o truque de Mike da Nature da adição de temperaturas reais para cada série durante os últimos 20 anos (ou seja, a partir de 1981) e de 1961 para Keith esconder o declínio. "O documento em questão é o teste na reconstrução temperatura inicial Multiproxy de Mann, Bradley e Hughes (1998) no trabalho da Nature , e o" truque "é apenas a parcela dos registros instrumentais juntamente com a reconstrução de modo que o contexto do aquecimento recente é claro. Os cientistas costumam usar o termo "truque" para se referir a "uma boa maneira de lidar com um problema", ao invés de algo que é "secreto", e assim não há nada de problemático nisso tudo. Quanto ao "declínio", é sabido que a máxima de Keith Briffa do lenho do anel da árvore diverge a densidade de proxy a partir dos registros de temperatura depois de 1960 (este é mais comumente conhecido como o "problema de divergência, ver por exemplo, a recente discussão neste artigo) e tem sido discutida na literatura desde Briffa et al na Nature em 1998 (Nature, 391, 678-682). Esses autores recomendam sempre que não utilizam a parte da reconstrução deles pós 1960, e assim por enquanto "escondendo" é provavelmente uma má escolha de palavras (já que está "escondido" no plano de vista), não utilizando os dados do roteiro é completamente adequado , como é mais pesquisas para entender por que isso acontece.

A exatidão deste episódio especial provavelmente não é coincidência. Mas, se tirados fora de contexto frases de e-mails pessoais roubados é a única resposta para o peso da evidência científica para a influência humana nas alterações climáticas, então provavelmente não é muito para eles.

Há lições a serem aprendidas naturalmente. É evidente que ninguém teria ido a este problema se o objeto de estudo acadêmico fosse os hábitos de acasalamento das borboletas européias. Discussões internas dessa comunidade são provavelmente seguras dos olhos do público. Mas é importante lembrar que os e-mails parecem existir para sempre, e que sempre há uma chance de que eles serão liberados inadvertidamente. A maioria das pessoas não agem como se isso fosse verdade, mas provavelmente deve.

É tentador apontar os dedos e declarar que as pessoas não deveriam ter sido tão abertas com seus pensamentos, mas que entre nós seria realmente feliz de ter todos os seus e-mails divulgados?

Deixe que aquele que é sem PIN atirar a primeira pedra do primeiro.

Update: A declaração oficial da UEA é a seguinte:

"Estamos cientes de que informações de um servidor utilizado para informações de pesquisa
em uma área da universidade foi disponibilizado em sites públicos ",
o porta-voz afirmou.

"Devido ao volume de informações que não podemos confirmar atualmente
que todo este material é genuíno. "

"Esta informação foi obtida e publicada sem a nossa permissão
e tomamos medidas imediatas para eliminar o servidor em questão de
operação. "

"Estamos a realizar um inquérito interno exaustivo e que envolvemos
a polícia neste inquérito. "

http://www.realclimate.org/index.php/ar ... -cru-hack/

[zumbi filosófico]

pra mim isso ai está no mesmo nível de todas as teorias conspiratórias, tipo: a Nasa esconde extraterrestres, os cientistas bloqueiam a pesquisas sobre espírito, a gente mente sobre a evolução mas sabemos que deus criou tudo, e por ai vai!
Me poupa!

É tudo verdade. O e-mail mais revelador é o do George Soros ao Al Gore:

From: George Soros
To: Al Gore ,fat@xxxxx.xxx, t.boone.pickens@xxxx.xxx
Subject: Socialist plan to take over the World
Date: Mon., 16 Nov 2009 13:31:15 +0000
Cc: w.buffett@xxx.xx.xx

Dear Al and T.,

After all this time and money spent, we can finally say that our view is aired consistently by the MSM. We now own The Washington Post editorial board (except for Will, who still insists on publishing the truth about AGW), and at the New York Times we just added Friedman to our payroll; but Rich and Kristof have been doing fairly well for us there. In short, climatofascism can now enter its next stage. With the help of the liberal noise machine at MSNBC and the blogs, we can now delude the rest of the American public into taking "action." Romm, Revkin, Dave Roberts, Zimmer are all fighting hard to keep the message fresh. We're a little concerned with Oolius at the moment. He might be going rogue in which case we'll have to terminate his contract. Otherwise we're in good shape. Once this catches on, we'll be making trillions of dollars in so-called "alternative" energy. I know you are, T-Bone, but Al, are you fully invested in this yet? I know you've been busy with your book cover, but it's really time *now* to leverage the equity in your mansion. [...]

Mas falando sério, "é verdade". E-mails de fato vazaram, mas não contém nada que confirmasse uma conspiração. É meio como se criacionistas achassem e-mails de evolucionistas fazendo piadas sobre precisar se esconder o fato de algum achado paleontológico ser a comprovação cabal do criacionismo (já ouvi algumas dessas piadinhas), e os criacionistas divulgassem como se não fosse piada. Ou, debochando de algum paper que tivessem achado uma porcaria (críticas à efetividade do processo de revisão por pares não são incomuns, bem como eventuais formas quase que de burlar isso, apontando simpatizantes para fazer a revisão), o que criacionistas (ou simpatizantes dos autores do paper, não criacionistas) poderiam ver como indícios de conspiração, dogmatismo.



Depois vou dar uma pesquisada nos blogs de contrarianistas para ver o que teriam de supostamente mais sério.

[zumbi filosófico]

Boletim de um site de blogueiros cientistas não-"céticos":

The Climate Scandal That Wasn't

Last week, hackers pulled a data heist on the Climatic Research Unit of the University of East Anglia, releasing thousands of stolen documents and emails that purportedly exposed a scientific conspiracy to fabricate evidence of global warming. Climate change skeptics dug into the data with forks and knives, choosing the choicest morsels as evidence of fraud. But ScienceBloggers were unimpressed by the stunt. On A Few Things Ill Considered, Coby Beck placed tongue in cheek, rejoicing that the Greenland ice sheet is now refreezing. On Deltoid, Tim Lambert reported that NASA is being sued by the Competitive Enterprise Institute for scientist Gavin Schmidt’s activities on the RealClimate blog, where he “makes it perfectly clear that the claims of scientific malpractice are without foundation.” On Stoat, William M. Connolley debunked some of the supposed instances of hanky-panky, writing that “everyone with any sense seems to have got the right answer by now.” And James Hrynyshyn on The Island of Doubt called the stolen data “just plain banal” and “bereft of the context required to understand them in any meaningful way.” Hrynyshyn also presented some new projections from The Copenhagen Diagnosis, which show that global carbon dioxide emissions were 40% higher in 2008 than in 1990, and that by 2100, sea levels may rise by as much as two meters.

[Zato-one]

Reflexões sobre o aquecimento global após o vazamento de emails

O furto de emails da Unidade de Pesquisa do Clima da University of East Anglia, um dos mais importantes centros de pesquisa climática do Reino Unido, não é fato trivial. Por mais que as revelações dos emails não mudem uma vírgula no destino das mudanças climáticas, como apontam outras pesquisas – teoricamente independentes – é necessário notar alguns fatos e refletir sobre o ocorrido. Tome fôlego que a reflexão é meio longa, porque o assunto é complexo.

Desde sempre, os dados sobre o aquecimento global são traduzidos pelos próprios cientistas para jornalistas e o restante da sociedade. É difícil encontrar, até mesmo entre os jornalistas (nacionais e estrangeiros) que cobrem exclusivamente o assunto, quem tenha lido na íntegra os documentos mais importantes relacionados ao tema: os relatórios do IPCC. E entre os que leram, o número de pessoas que tentou verificar os fatos e dados que basearam os relatórios deve tender a zero (inclusive porque a tarefa é homérica). Ou seja, não é difícil comprar gato por lebre para quem recebe essas notícias por qualquer que seja o veículo de comunicação, ou mesmo para quem tem saco para ler um relatório completo do IPCC.

Duro de engulir, mas até prova muito contundente em contrário, não há dúvidas de que o planeta está aquecendo. Mas como diz o físico Freeman Dyson hoje simplesmente não é possível cravar o que irá acontecer em um mundo mais quente porque as previsões são baseadas em modelos. E, como lembra muito bem Dyson, o mundo não segue modelos criados me laboratórios.

O ponto central dos emails furtados é que há, sim, provas contundentes de alguns cientistas tentaram, ao menos, distorcer a interpretação das informações. Mas uma prova apenas neste contexto não é suficiente para incriminar ninguém. Mas deveria ser suficiente para que as tudo seja passado a limpo.

Talvez não seja possível provar que os dados foram distorcidos apenas com base nos emails. Porém é inegável que alguns cientistas tentaram passar informação distorcida adiante. Um dos emails que conseguimos ler, mostra o repúdio de um cientista a respeito de uma carta que seria enviada aos senadores dos Estados Unidos às vésperas da conferência de Kyoto, que deu origem ao famoso protocolo. Segundo o autor da crítica, o conteúdo da carta ia contra o que era afirmado em um dos documentos do IPCC disponíveis à época. O email é destinado a onze colegas, todos cientistas relacionados ao estudo do aquecimento global, incluindo o próprio autor, que está longe de ser considerado um cético.

O objetivo desta carta era influenciar os senadores norte-americanos antes do conferência que deu origem ao protocolo de Kyoto. E como mostra a história, qualquer que tenha sido a versão final da carta, ela não mudou em uma vírgula o resultado do acordo climático, uma vez que os Estados Unidos não ratificaram o Protocolo de Kyoto. Mas poderia ter mudado.

Por outro lado vale notar, como o fez Phil Jones, cientista no centro do vazamento de emails, que não é difícil imaginar que o vazamento tenha como objetivo prejudicar as negociações em Copenhaguem.

E como tréplica, vale notar que três centros britâncios de pesquisa do clima divulgaram hoje que um estudo sobre o estado das informações sobre o aquecimento global. Curiosamente, as três instituições têm relações com East Anglia, que foi alertada pelo site Realclimate do furto dos emails na quinta-feira passada.

Ninguém pode ser ingênuo a ponto de imaginar que alguém selecionou mais de mil emails em um período de 13 anos (portanto deve ter havido algum tipo de filtro) sem interesse algum.

Mas é interessante notar também que poucos veículos dedicados a causas ambientais sequer deram uma nota sobre o assunto (Grist e TreeHugger, apenas para citar dois dos mais lidos entre os estrangeiros e O Eco e Envolverde, aqui no Brasil). Para quem está interessado em acompanhar todo o caso, a melhor cobertura, em termos de profundidade e isenção, até agora parece ser a do Guardian.

O risco aqui é exatamente polarizar um assunto que já está muito polarizado. E, como ocorre com todo assunto altamente polarizado, o público acaba perdendo o interesse porque sabe que as informações disponíveis não são confiáveis.

Então nos pareceno necessário voltar ao ponto de melhorar a forma de esclarecer as informações disponíveis, incluindo os pontos nos quais elas são insuficientes, frágeis ou simplesmente rasas demais para serem usadas para definir as políticas públicas que definirão o futuro do planeta.

Sim, porque qualquer que seja o marco legal que emergirá de Copenhaguem, Cidade do México (onde será realizada a conferência do ano que vem) ou qualquer outra, é importante notar que ela influenciará o preço de praticamente todos os produtos, porque deve alterar a forma de cálculo do preço da energia e, assim, prejudicar os mais pobres entre os mortais.

Assim, se os cientistas pretendem que a melhor ciência que são capazes de produzir influencie o planeta positivamente, eles irão precisar melhorar suas habilidades de comunicação. É fácil e cômodo dizer que não se irá comentar os emails furtados como fizeram alguns. Mas não dá simplesmente para ignorar as suspeitas graves que eles lançam sobre o próprio trabalho desses cientistas, com consequência para todos.

E aqui, mais um vez um dos emails que vazaram é um ótimo exemplo. Phil Jones afirmou que descartou dados da temperatura terrestre obtido pela leitura de anéis de árvores a partir de 1960 porque a partir da metade do século XX, a leitura com base neste método destoa das informações coletadas com instrumentos mais precisos. Mais conhecido como termômetro. Mas, se esta comparação se mostra pouco precisa a partir da metade do século XX, porque ela é considerada precisa antes deste período? Não sabemos a resposta. Mas segundo Jones há papers que explicam este fenômeno.

Agora imagine que os dados estejam absolutamente corretos e as previsões do que irá ocorrer também. Mesmo que nada tenha mudado na atmosfera terrestre após o furto do emails, hoje há dúvida sobre o que irá acontecer com o planeta. E provalvemente surgirão dúvidas sobre estudos importantes publicados pela UEA, como a incapacidade dos oceanos em absorver carbono, o aumento de seis graus na temperatura terrestre, e até sobre a Amazônia.

Se não dúvida na comunidade científica (novamente, East Anglia é um baita centro de estudos climáticos), ou na cabeça do leitor que heroicamente chegou até aqui (força estamos quase lá), talverz ela surja em cabeças dentro de diversos parlamentos de todo o mundo que deverão aprovar leis para combater o aquecimento global. E lá a dúvida pode ser legítima, ou apenas mais um argumento para empurrar com a barriga a decisão, ou, pior ainda, questionar a seriedade da pesquisa científica global em torno do assunto.

Ou seja, a ciência não pode se dar ao luxo de superficial ou de negar informações (e, obviamente, sequer pensar em distorcer os fatos). Porque a ciência, infelizmente, é a única lanterna que há para nos guiar de maneira segura diante de um futuro incerto.

Moral da história: os céticos podem estar errados quanto ao futuro do planeta, mas eles estão corretos quando questionam os métodos e critérios de muitos cientistas lidarem com os dados relativos ao aquecimento global. E se ficar provado que isto aconteceu manipulação de dados em East Anglia, pode ter acontecido em qualquer outro lugar do mundo.

http://blogdaterra.com.br/2009/11/25/re ... de-emails/

[user f.k.a. Cabeção]

De fato, a correspondência interna entre colegas não prova nada, cientistas como todos os outros profissionais tem suas rixas pessoais e nem sempre empregam a linguagem formal ou mesmo cavalheiresca dos debates nas conversas privadas com pares.

Contudo, céticos do aquecimento global não são teóricos da conspiração, mas cientistas sérios de vários campos correlatos. É possível que uma maior parte do stablishment cientifico deposite suas fichas numa teoria ruim. Isso já aconteceu inúmeras vezes antes. Gritar "teoria da conspiração" contra qualquer voz dissidente é comportamento de manada, um coletivismo atávico que serve a interesses políticos mas apenas atrapalha a investigação científica séria. Se os cientistas por tras das pesquisas que alegam evidências para o aquecimento global não são conspiradores, é verdade que muitos políticos lucram dos resultados que aqueles publicam, e da histeria e comoção que eles assim conseguem manobrar. Não é portanto necessário um complô maquiavélico para que se monte uma estrutura de incentivos que contribua para a produção maciça de "evidências" aquecimentistas.

Enganar-se no estudo da dinâmica e na previsão de fenômenos complexos é muito mais comum do que se pensa. Principalmente em conjuntos de dados estatísticos para os quais nenhum modelo dinâmico está muito bem estabelecido, como o clima ou a economia. Ainda que existam certos meios de extrair informação desses conjuntos, é bastante fácil de se enganar enxergando padrões onde eles não ocorrem, selecionando dados que favoreçam a detecção de tal padrão.

Esse disputa sobre o clima, assim como o debate sobre teoria economica nas décadas passadas, acabou sofrendo pela polarização de atitudes em torno de preferências políticas, que substituiram os fatos como guias da pesquisa e do debate. Ao contrário da política, a ciência não se define pelas preferências de uma maioria, mas pela incessante tentativa de refutação das hipóteses vigentes através da análise dos fatos e da proposição de teorias mais adequadadas que lhes expliquem.

[First Knight]

Não pretendo discutir o aquecimento global, na verdade nem ligo pra ele e tampouco faço a "minha parte". Nem mesmo os especialistas sabem se o planeta aquece porque estamos num período de aquecimento global natural ou se estamos passando por uma fase de aquecimento dentro de uma era glacial. E se a huminadade vier a perecer por causa do aquecimento, tanto faz para o planeta. Ele se recupera, outros especies sobrevivem e morrem, mas a vida continua, a vida sempre dá um jeito. Tudo que começa um dia acaba.
Isso tá me cheirando a ECO92. Aquela pataquada sobre a camada de ozonio e etc.
Parei pra pensar, Al Gore não é cientista, é político. Política = Dinheiro isso é fato. Quem tem dinheiro "ruleia", fato. Milhões já foram gastos com a criação de comites, gabinetes, financimento de "pesquisas" e etc.
E eu não vi nem um centavo dessa grana toda. Na boa, quero que se f0d@. Vou é jogar na mega-sena pra ver se ganho algum.
As vezes fico torcendo pra uma grande catastrofe tipo 2012/O dia depois de amanhã expurgar a humanidade que só faz cagada nesse planeta. Assistam a série 'O mundo sem ninguem' e vejam c/ a Terra continua numa boa.

Desculpem qualquer coisa galera... Tenho andado meio azedo.

Eco '92: Aparência e Realidade profunda



PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA



Sobre a ECO '92, o que ocor­reu é tão espantoso, tão surpreendente, tão desconcertante, que eu não diria o que aqui vou expor, se não tivesse a meu alcance sólidos documentos c testemu­nhos comprobatórios.



I — O que foi, na aparência, a ECO '92

A ECO '92 correspondeu, na apa­rência, ao seguinte:

Os cientistas chegaram à conclusão de que a Terra está gravemente ameaça­da, porque os homens têm exercido seu domínio sobre ela de maneira brutal, anticientífica, predatória.

É preciso, então, que, em conjunto, todos os governos preparem urna legis­lação para que a Terra possa continuar a ser utilizada pelos homens: é questão de vida ou de morte.



II — O que foi, na realidade, a ECO '92

Mas, na verdade, para se compreen­der o que de fato aconteceu na ECO '92, devemos levar em consideração vários aspectos:

q O índio, como modelo

É patente a existência, hoje em dia, de uma corrente de cientistas, influen­ciados por determinadas convicções fi­losóficas e religiosas, que afirmam ser preciso tomar o índio como modelo do comportamento humano. O que fica su­bentendido é que a civilização depreda a Terra, e que a tribo é o ideal para o qual deve caminhar o homem.

q Rejeição do raciocínio

Essa corrente vai mais longe e afir­ma que o raciocínio é um instrumento falho para conhecer a verdade. Então, é preciso eliminar a ciência, o progresso, pois eles se baseiam no raciocínio.

Bem entendido, é preciso também acabar com a Teologia. Ela é a aplicação da inteligência aos dados da Revelação para, por via de dedução, conseguir no­vos conhecimentos teológicos extraídos do próprio texto revelado.

Portanto, nada de Igreja, nada de Teologia, nada de Estado. Tudo deve se apresentar solto, desgovernado e desco­nexo, à maneira dos índios.

q Duas vertentes concomitantes da ECO '92

Realizaram-se, durante a ECO '92, duas espécies de reuniões: a dos chefes de Estado e a das Organizações Não-Governamentais (ONGs).

Qual a relação entre essas duas verten­tes, afinal muito distintas pelo grau de responsabilidade dos que as constituíam?

q As ONGs

Quase todas essas organizações par­ticulares eram constituídas por reli­giões, e propunham que, todas juntas, rezando e fazendo cerimônias, obteriam de deus (quem é esse deus? Buda? Bra­ma?) que ele exercesse sua influência sobre as mentes dos chefes de Estado. E que estes tomassem resoluções na linha do que essas organizações estavam que­rendo.

q Autoridade ecológica universal

A reunião de chefes de Estado foi um primeiro passo para a constituição de uma autoridade ecológica mundial, sob a qual todas as nações se apaga­riam para ir formando um só magma universal.

q Ecumenismo radical

Nas reuniões das ONGs, pairava a concepção de que todas as religiões se equivalem. Ser católico, budista, bra­manista, adorador do sol, tudo é a mes­ma coisa. É o ecumenismo mais radi­cal, numerosas vezes condenado pela Santa Sé.

q Dalai Lama

O Dalai Lama é o chefe de uma religião panteísta, que nega a existência de Deus pessoal e criador. Tal religião é praticada no Tibet, onde se localiza o Everest, o monte mais alto do mundo.

Há muitos decênios, especialistas em estudos de seitas ocultas dizem que o Tibet é o centro irradiador do ocultis­mo no mundo inteiro, e que todas as religiões ocultistas se inspiram nas pré­dicas do Dalai Lama, o qual é como que sumo-sacerdote delas.

Ora, o Dalai Lama foi visitar as ONGs e esteve também na reunião dos chefes de Estado. E foi recebido com honras tais que, em mensagens a ele dirigidas, chegou a ser tratado de "vossa santidade", exata­mente como o Papa. E com uma evidente insinuação de absurda paridade com o Vi­gário de Cristo na Terra.

Assim, ficou implicitamente reco­nhecido que, daquela babel de religiões, o chefe era ele.

q Ação do demônio

A Igreja toma muito cuidado com as revelações particulares, pois podem ser fruto de imaginação doentia ou de ação preternatural.

Ora, entre as ONGs havia espíritas, umbandistas etc., que se entregam a apa­rições e coisas do gênero. Assim, não podemos deixar de recear que tais apa­rições, nascidas fora da Igreja, numa atitude de indiferentismo religioso con­denado pela Santa Sé, sejam às vezes fruto de imaginações doentias ou da ação do demônio.

Na hipótese de ser uma ação diabólica, o demônio estaria, assim, projetando a sombra de sua bandeira sobre toda a Terra.

q Reações contra esses desvarios

• Prêmios Nobel — 264 cientis­tas de renome mundial, de 29 países, entre os quais 52 Prêmios Nobel, diri­giram, através de grandes órgãos de imprensa, um apelo aos chefes de Es­tado reunidos na ECO '92, manifes­tando sua preocupação ante a "apari­ção de uma ideologia irracional, que se opõe ao progresso científico e in­dustrial e prejudica o desenvolvimen­to econômico e social".

• TFP — Realizou-se também uma Conferência pública denominada "Eco'92 — Vozes alternativas", promo­vida pela TFP e outras organizações de relevo, no Hotel Copacabana Palace (em outro local desta edição publicamos detalhes dessa importante sessão).

q Panteísmo

Quando se examinam as doutrinas dessas religiões ocultistas, encontra-se um denominador comum entre elas: o panteísmo.

Segundo o panteísmo, não há um Deus pessoal. Existe apenas uma força divina que impregna todo o universo, e um dos mais importantes pontos de con­centração dessa força é nosso planeta. E, portanto, dizem os panteístas, nos mine­rais, nos vegetais, nos animais e nos homens há algo de divino.

O homem não seria então o rei do universo, como diz o Gênesis, mas o servidor do universo. Assim, o ser hu­mano deve prestar serviço à Terra, e não é a Terra que deve estar a serviço do homem. Segundo tal doutrina, o ho­mem, em sua essência, é igual aos ani­mais, vegetais e minerais. Apregoa ela, portanto, o auge do igualitarismo.

Trata-se, pois, de uma Revolução contrária a todas as autoridades legíti­mas da Santa Igreja Católica, Apostóli­ca, Romana, bem como às autoridades que regem os Estados.

q Três Revoluções e Ecologia

A Revolução (*) quis derrubar a auto­ridade eclesiástica, por meio do protes­tantismo; a autoridade temporal através da Revolução Francesa; e as desigualda­des econômicas c sociais mediante o comunismo.

Agora, aparece a junção: essa atitu­de panteísta, segundo a qual o homem deve obedecer à Terra, não transforma o rei no lacaio dos lacaios? Sim, porque a Terra é lacaia do homem. E se o homem começar a servir a Terra, estará prestan­do serviço à sua própria lacaia.

q Comunismo metamorfoseado

Surge, então, a desconfiança de que a ecologia seja o comunismo metamor­foseado. "Morfose" significa forma, e "meta", transformação. Seria, portanto, a transformação do comunismo.

A Revolução, colocando o homem a serviço de algo que é inferior a ele, vai contra toda a ordem que Deus estabele­ceu na criação.

Então, aos que dizem — "o comu­nismo morreu" — a resposta é: "Aqui está o comunismo transformado". E convém esclarecer que o igualitarismo ecologista realiza a plenitude do sonho igualitário do comunismo.



(*) O termo Revolução, no sentido em que é tomado nesse parágrafo, significa o grande processo histórico que, a partir do século XV, vem destruindo a civilização cristã.

Catolicismo não pôde tratar do tema da ECO '92, em sua última edição, porque, em comemoração de nosso 500° número, foi esta inteiramente dedicada à publicação da III Parte atualizada do consagrado ensaio do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira,

"Revolução e Contra-Revolução".

Em vista disso, no presente número estampamos excertos mais importantes da conferência que esse insigne pensador católico proferiu sobre a matéria, no XII Encontro de Correspondentes e Simpatizantes da TFP, efetuado na capital paulista, nos dias 11 e 12 de julho.

Além disso, apresentamos também a nossos leitores outras matérias a respeito do mesmo tema, dentre as quais um noticiário sobre a Conferência pública "Eco'92 — Vozes Alternativas", promovida pela TFP e outras entidades.

[zumbi filosófico]

[...] E aqui, mais um vez um dos emails que vazaram é um ótimo exemplo. Phil Jones afirmou que descartou dados da temperatura terrestre obtido pela leitura de anéis de árvores a partir de 1960 porque a partir da metade do século XX, a leitura com base neste método destoa das informações coletadas com instrumentos mais precisos. Mais conhecido como termômetro. Mas, se esta comparação se mostra pouco precisa a partir da metade do século XX, porque ela é considerada precisa antes deste período? Não sabemos a resposta. Mas segundo Jones há papers que explicam este fenômeno. [...]

Que eu saiba a coisa é mais ou menos assim. Não é que seriam confiáveis antes e agora não são mais, mas que é o que se dispõe para essas estimativas mais antigas, tendo, mesmo então, uma maior margem de erro do que têm as fontes atuais.

Fazendo analogia com alguma pesquisa médica sobre infarto, seria como se até uma dada data de quando se tornam mais comuns as autópsias mais detalhadas e acompanhamentos mais rigorosos dos pacientes, se fazer estimativas com base em mortes que sugeriam fortemente infarto, como antecedidas por dor no peito e no braço esquerdo, ou, sem causa clara aparente, mas em pessoas com histórico desse tipo de dor. Ou, estimar tamanho, peso, e nicho (predador, herbívoro) de um dinossauro por suas pegadas, em vez de através de um modelo construído a partir de fósseis do corpo do animal.

[zumbi filosófico]

Não pretendo discutir o aquecimento global, na verdade nem ligo pra ele e tampouco faço a "minha parte".[...]

Eco '92: Aparência e Realidade profunda



PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA

[...]
Quase todas essas organizações par­ticulares eram constituídas por reli­giões, e propunham que, todas juntas, rezando e fazendo cerimônias, obteriam de deus (quem é esse deus? Buda? Bra­ma?) que ele exercesse sua influência sobre as mentes dos chefes de Estado. E que estes tomassem resoluções na linha do que essas organizações estavam que­rendo.

[...]
q Ação do demônio

[...]
Na hipótese de ser uma ação diabólica, o demônio estaria, assim, projetando a sombra de sua bandeira sobre toda a Terra.

q Reações contra esses desvarios

• Prêmios Nobel — 264 cientis­tas de renome mundial, de 29 países, entre os quais 52 Prêmios Nobel, diri­giram, através de grandes órgãos de imprensa, um apelo aos chefes de Es­tado reunidos na ECO '92, manifes­tando sua preocupação ante a "apari­ção de uma ideologia irracional, que se opõe ao progresso científico e in­dustrial e prejudica o desenvolvimen­to econômico e social".

• TFP — Realizou-se também uma Conferência pública denominada "Eco'92 — Vozes alternativas", promo­vida pela TFP e outras organizações de relevo, no Hotel Copacabana Palace (em outro local desta edição publicamos detalhes dessa importante sessão).

q Panteísmo

Quando se examinam as doutrinas dessas religiões ocultistas, encontra-se um denominador comum entre elas: o panteísmo.

Segundo o panteísmo, não há um Deus pessoal. [...]

q Três Revoluções e Ecologia

A Revolução (*) quis derrubar a auto­ridade eclesiástica, por meio do protes­tantismo; a autoridade temporal através da Revolução Francesa; e as desigualda­des econômicas c sociais mediante o comunismo.

Agora, aparece a junção: essa atitu­de panteísta, segundo a qual o homem deve obedecer à Terra, não transforma o rei no lacaio dos lacaios? Sim, porque a Terra é lacaia do homem. E se o homem começar a servir a Terra, estará prestan­do serviço à sua própria lacaia.

q Comunismo metamorfoseado

Surge, então, a desconfiança de que a ecologia seja o comunismo metamor­foseado. "Morfose" significa forma, e "meta", transformação. Seria, portanto, a transformação do comunismo.

A Revolução, colocando o homem a serviço de algo que é inferior a ele, vai contra toda a ordem que Deus estabele­ceu na criação.

Então, aos que dizem — "o comu­nismo morreu" — a resposta é: "Aqui está o comunismo transformado". E convém esclarecer que o igualitarismo ecologista realiza a plenitude do sonho igualitário do comunismo.

Além disso, apresentamos também a nossos leitores outras matérias a respeito do mesmo tema, dentre as quais um noticiário sobre a Conferência pública "Eco'92 — Vozes Alternativas", promovida pela TFP e outras entidades.

Você postou texto panfletário da TFP e suas preocupações com as seitas diabólicas evolucionistas-ecologistas dominando o mundo só de brincadeira, ou tem algo em particular que acha que se aproveita dessa sandice?

[Fernando Silva]

Agora, aparece a junção: essa atitu­de panteísta, segundo a qual o homem deve obedecer à Terra, não transforma o rei no lacaio dos lacaios? Sim, porque a Terra é lacaia do homem. E se o homem começar a servir a Terra, estará prestan­do serviço à sua própria lacaia.

Quem viaja a cavalo, deve cuidar primeiro do animal e depois de si.
Quem viaja de barco, deve manter a embarcação em bom estado se não quiser se afogar.
Quem vive num planeta, não deve desequilibrar o sistema ecológico que o mantém vivo (principalmente se não tiver como fugir para outro planeta).

[user f.k.a. Cabeção]

Calma lá Fernando, nem tanto ao mar nem tanto à terra.

A afirmação óbvia de que o esgotamento de recursos e a destruição do meio ambiente seriam absolutamente ruins não permite chegar à conclusão de que devemos nos tornar marionetes de qualquer grupo de pressão "melancia", verdes por fora, mas vermelhos por dentro.

Essa retórica ecológica tem se transformou na demagogia favorita do nosso tempo, tal como era a questão da igualdade social e da luta de classes no passado.

Uma coisa é afirmar que atitudes ecológicas são moral e economicamente preferíveis, outra é dar aos burocratas o que eles querem em nome dessa moral, como se eles fossem em si mais aptos a fazê-la prevalecer, ou que não fizessem isso as custas de imoralidades muito mais graves.

[Fernando Silva]

Calma lá Fernando, nem tanto ao mar nem tanto à terra.

A afirmação óbvia de que o esgotamento de recursos e a destruição do meio ambiente seriam absolutamente ruins não permite chegar à conclusão de que devemos nos tornar marionetes de qualquer grupo de pressão "melancia", verdes por fora, mas vermelhos por dentro.

Mas eu não disse isso. Apenas contestei a visão bíblica de que a Terra é nossa para nos servir e que podemos fazer o que quisermos.

A situação está ruim? Sim. Solução? Não sei. Acabar com o desmatamento, encontrar combustíveis e fontes de energia menos poluentes, reciclar mais em vez de só consumir e jogar fora etc. seriam um bom começo.
Quem vai cuidar disto? Eu faço o que posso, individualmente. Em termos globais? Bom, só posso dizer de bom que não estarei aqui quando a coisa ficar realmente ruim.

[Anna]

pra mim isso ai está no mesmo nível de todas as teorias conspiratórias, tipo: a Nasa esconde extraterrestres, os cientistas bloqueiam a pesquisas sobre espírito, a gente mente sobre a evolução mas sabemos que deus criou tudo, e por ai vai!
Me poupa!

É tudo verdade. O e-mail mais revelador é o do George Soros ao Al Gore:

From: George Soros
To: Al Gore ,fat@xxxxx.xxx, t.boone.pickens@xxxx.xxx
Subject: Socialist plan to take over the World
Date: Mon., 16 Nov 2009 13:31:15 +0000
Cc: w.buffett@xxx.xx.xx

Dear Al and T.,

After all this time and money spent, we can finally say that our view is aired consistently by the MSM. We now own The Washington Post editorial board (except for Will, who still insists on publishing the truth about AGW), and at the New York Times we just added Friedman to our payroll; but Rich and Kristof have been doing fairly well for us there. In short, climatofascism can now enter its next stage. With the help of the liberal noise machine at MSNBC and the blogs, we can now delude the rest of the American public into taking "action." Romm, Revkin, Dave Roberts, Zimmer are all fighting hard to keep the message fresh. We're a little concerned with Oolius at the moment. He might be going rogue in which case we'll have to terminate his contract. Otherwise we're in good shape. Once this catches on, we'll be making trillions of dollars in so-called "alternative" energy. I know you are, T-Bone, but Al, are you fully invested in this yet? I know you've been busy with your book cover, but it's really time *now* to leverage the equity in your mansion. [...]

Mas falando sério, "é verdade". E-mails de fato vazaram, mas não contém nada que confirmasse uma conspiração. É meio como se criacionistas achassem e-mails de evolucionistas fazendo piadas sobre precisar se esconder o fato de algum achado paleontológico ser a comprovação cabal do criacionismo (já ouvi algumas dessas piadinhas), e os criacionistas divulgassem como se não fosse piada. Ou, debochando de algum paper que tivessem achado uma porcaria (críticas à efetividade do processo de revisão por pares não são incomuns, bem como eventuais formas quase que de burlar isso, apontando simpatizantes para fazer a revisão), o que criacionistas (ou simpatizantes dos autores do paper, não criacionistas) poderiam ver como indícios de conspiração, dogmatismo.



Depois vou dar uma pesquisada nos blogs de contrarianistas para ver o que teriam de supostamente mais sério.

Zumbi, eu, como boa cética, tenho a tendência de não me impressionar com matérias sensacionalistas, e gastar pouco tempo com elas. A mídia está mais interessada em criar polêmica com qualquer sopro e vender. Não importa muito o assunto.

Nem Soros, nem Gore, são cientistas. Soros é um, conhecido, grande especulador.

Não é porque eu sou cientista que julgo minha classe acima de qualquer suspeita, mas conheço alguns dos maiores nomes e projetos de larga escala, grandes ciclos biogeoquímicos, emissão de gases, capacidade de suporte, como por exemplo o LBA, que atua juntamente com a NASA. Há semanas atrás fui a sala do diretor do LBA conversar sobre mudanças no finaciamento e estrutura de um de nossos grandes projetos multidisciplinares. Estavamos com o coração na mão, pois as mudanças colocavam em risco o contrato de vários de nossos mateiros, secretária, e outras pessoas simples, que possuem família e que dependiam desse salário para atravessar o ano de 2009. O cara não conseguia conversar conosco, de 1 em 1 minuto era interrompido por N demandas vindas pelo celular, email, telefone, e funcionários. Mas nos auxiliou a resolver o problema e achar uma saida para essas pessoas. Enfins, isso é apenas para ilustrar um pouco os níveis de penetração, e a teia intrincada de ação de um pesquisador de verdade, envolvido com a sociedade e compromissado com a sua missão, que há tempos é mais ocupada pela burocracia.

Aqui em Manaus temos seminários e debates interessantíssimos e muito realistas sobre desmatamento, desenvolvimento, e aquecimento global, com os pontos de vista oponentes, e portanto, podemos nos colocar numa posição de espectadores dos avanços e posições equilibradas dos dois lados da moeda. Fazemos parte do momento na história em que estamos desenvolvendo o Norte do país, e desejamos fazê-lo da melhor forma possível. Não temos o sonho romântico de que podemos desenvolver sem derrubar uma árvore. Mas sabemos que é possível e lógico desenvolver com planejamento, e esse deva incluir planejamento ambiental.

Afinal são muitos dolares gastos para nos especializar, e qualificar como especialistas, para na hora da ação descartar o que temos a dizer sobre nossa área de especialização. E é isso que acontece. Quando temos um projeto de construção procuramos e ouvimos o que tem a dizer um engenheiro ou de um arquiteto, nem doentes descartam a palavra do médico. Não entendo porque é aceitável descartar a nossa opinião quando se trata da saude e desenvolvimento planetário, ou regional. Ninguém a conhece e entende o assunto melhor do que nós. Ninguém! Simples assim. O difícil, e mais insâno, parece ser aceitar isso. Fica mais fácil nos caracterizar como sonhadores, inimigos, ou ambientalistas locaços, que se vestem de girafa, tiram a roupa, e gostam mais de capim do que de gente. Outra visão romântica. Nós vivemos em grandes metrópoles, usamos ar condicionado, dirigimos carros, e somos dependentes mais profundos de tecnologia (internet, computadores, equipamentos, etc) do que a maioria de vocês, em um nível quase adicto. É simplesmente ridículo comprar a idéia vendida pela mídia de um cientista ecólogo ou ambiental.

Estamos preocupados com o bem estar do planeta, em geral, e quando se trata de gente estamos principalmente preocupados com as comunidades locais, que são as mais prejudicadas, enganadas, menos ouvidas, e sofridas nesse processo. Nem o governo, e tão pouco os metropolitanos em seu conforto, estão muito preocupados ou consideram que as pessoas são afetadas e vivem nesses locais. Os números evantagens para o país não as inclui e ou prioriza. Elas também possuem história, passado, sonhos, valores, vontades, opiniões e cultura própria, e devem ser respeitadas e ouvidas, assim como qualquer brasileiro. Ainda mais quando são elas que aqui vivem, viverão, é a elas que tudo isso afeta diretamente.

Esse tipo de matéria é sensacionalista, assim como milhares delas. Se houvessem escapado e-mails de verdadeiros cientistas, atuando no tema, caracterizando mentira deles, compactuando com grandes manobras, etc, certamente, e imediatamente, a academia se posicionaria. É um compromisso que temos com a sociedade, pois afeta a nossa credibilidade, e também o financiamento, que lutamos muito, a duras penas, dando muito de nossa saude, perdendo muitas noites de sono, horas de alegrias com amigos e família, para conseguir.

[Botanico]

Bem, eu não sou lá muito bom conhecedor do assunto. Sobre esse lance de aquecimento global, por culpa ou não das ações humanas, não sei bem ao certo o que dizer. Já houve tempos idos e passados onde o clima na Terra já foi mais quente ou mais frio. Já houve um período onde o gelo chegou até o Equador... No Cretáceo as florestas equatoriais iam até o paralelo 45 e não havia gelo nos polos...

O fato é que... Quando se comparam fotos de geleiras antigas com as atuais no mesmo lugar, várias delas mostram acentuado recuo. Na Groelândia os cães que puxavam trenós e eram até símbolo de "status social", agora estão sendo mortos ou deixados a morrer de fome, pois já quase não têm mais utilidade. Em pleno inverno, navios podem sair ao mar para fazer pesca... Coisa impensável há 10 anos atrás.

A banquisa do Ártico também está sumindo aos poucos. Prevê-se que em 2000 e lá vai fumo talvez suma de vez. Dá até pros navios irem do Atlântico ao Pacífico sem nem passar pelo canal do Panamá.

Bem, não sei o que as teorias conspiratórias dizem, mas acho que elas não têm o poder de causar nada do que os fatos mostram. Se o aquecimento global é obra do homem ou da Natureza, o fato é que de, um jeito ou de outro, a gente vai se ferrar quando litorais inteiros ficarem sob o mar. Será que os holandeses já escolheram para qual país vão viver?

[Anna]

Pois ai, Bobó, você colocou algo muito pertinente. Os efeitos são fatos. A única coisa que muda é se o efeitos são potencializados pela ação humana ou não, num desejo de que assim teríamos algum tipo de esperança no desenvolvimento de medidas de controle da situação. Ou pelo menos esperança de revertê-la.

[user f.k.a. Cabeção]

Mas eu não disse isso. Apenas contestei a visão bíblica de que a Terra é nossa para nos servir e que podemos fazer o que quisermos.

Bíbilica?

Isso é apenas senso comum, que vem sendo sistematicamente substituido por um neo-paganismo, por uma "gaia-cracia", onde os eco-burocratas são os sumo sacerdotes encarregados.

O processo de civilização consiste na superação das adversidades que a natureza impôs ao homem, através do engenho.

Aqueles que gritam que o aquecimento global ou a exaustão do petróleo são terrores inevitáveis, a menos que paguemos as devidas oferendas a Gaia não são diferentes daqueles que temiam entrar em mar aberto com medo de serpentes marítimas ou do abismo do fim do mundo, ou os povos que sacrificavam colheitas (e por vezes até seres humanos) para acalmar algum semideus sádico do seu panteão.

Se você quer entrar nessa analogia com o cristianismo, acho que a resposta não é um retrocesso a mentalidade animista e pagã dos povos bárbaros. A revolta contra a civilização não é a solução para os problemas da mesma.

A civilização tem resolvido seus problemas segundo uma metodologia muito mais simples, que consiste na inovação individual e na comercialização dos resultados.

Me diga quando foi a última vez que um conselho de burocratas global ou local realmente resolveu um problema que não fosse exclusivo deles próprios? Quantos burocratas foram necessários para inventar o fogo, a roda, para domesticar animais, para construir o moinho e o engenho, o primeiro barco a vela ou a vapor, para encontrar usos eficazes para o petroleo ou eletricidade, para inventar o micro-processador?

O maior ato de reciclagem de todos os tempos foi feito por um empresário capitalista chamado John D. Rockefeller, que implantou o sistema de refino do petróleo bruto e assim pode aproveitar cada um de seus subcomponentes após a destilação. Além de reduzir a poluição e o desperdício, ele simplesmente se tornou o maior magnata de todos os tempos com isso.


A moral dessa história é que por mais cristã que pareça, a noção de que é a capacidade individual num ambiente de liberdade a única fonte para a inovação e solução dos problemas é um dos mais importantes valores da civilização ocidental, algo que praticamente a define. Burocratas sempre se reunirão para produzir grandes problemas. Quanto mais poder, mais problemas. No século XIX quando a burocracia nos países industrializados era menor, a única guerra importante foi entre Prússia e França e mesmo assim as proporções do conflito nem se comparam as calamidades conduzidas pelos gênios políticos do século XX. Mesmo avanços científico-tecnológico inegavelmente ligados a burocracia tem sua utilidade bastante questionável, como as expedições espaciais ou a tecnologia bélica de destruição em massa.

Acreditar que a resposta deve ser encontrada por esses iluminados representantes é simplesmente integrar um culto pagão. Eles não passam de mini-imperadores-deuses exigindo adoração incondicional. Ainda que os problemas que eles afirmam que resolverão possam existir, não será entregando tudo a eles que encontraremos a solução, mas sim assumindo a atitude destemida dos nossos antepassados, que tiveram a coragem moral para desprezar os miticismos irracionais de seu tempo, e desafiar as previsões calamitosas daqueles que temiam a ira cósmica.

[zumbi filosófico]

pra mim isso ai está no mesmo nível de todas as teorias conspiratórias, tipo: a Nasa esconde extraterrestres, os cientistas bloqueiam a pesquisas sobre espírito, a gente mente sobre a evolução mas sabemos que deus criou tudo, e por ai vai!
Me poupa!

É tudo verdade. O e-mail mais revelador é o do George Soros ao Al Gore:

From: George Soros
To: Al Gore ,fat@xxxxx.xxx, t.boone.pickens@xxxx.xxx
Subject: Socialist plan to take over the World
Date: Mon., 16 Nov 2009 13:31:15 +0000
Cc: w.buffett@xxx.xx.xx

Dear Al and T.,

After all this time and money spent, we can finally say that our view is aired consistently by the MSM. We now own The Washington Post editorial board (except for Will, who still insists on publishing the truth about AGW), and at the New York Times we just added Friedman to our payroll; but Rich and Kristof have been doing fairly well for us there. In short, climatofascism can now enter its next stage. With the help of the liberal noise machine at MSNBC and the blogs, we can now delude the rest of the American public into taking "action." Romm, Revkin, Dave Roberts, Zimmer are all fighting hard to keep the message fresh. We're a little concerned with Oolius at the moment. He might be going rogue in which case we'll have to terminate his contract. Otherwise we're in good shape. Once this catches on, we'll be making trillions of dollars in so-called "alternative" energy. I know you are, T-Bone, but Al, are you fully invested in this yet? I know you've been busy with your book cover, but it's really time *now* to leverage the equity in your mansion. [...]

Mas falando sério, "é verdade". E-mails de fato vazaram, mas não contém nada que confirmasse uma conspiração. É meio como se criacionistas achassem e-mails de evolucionistas fazendo piadas sobre precisar se esconder o fato de algum achado paleontológico ser a comprovação cabal do criacionismo (já ouvi algumas dessas piadinhas), e os criacionistas divulgassem como se não fosse piada. Ou, debochando de algum paper que tivessem achado uma porcaria (críticas à efetividade do processo de revisão por pares não são incomuns, bem como eventuais formas quase que de burlar isso, apontando simpatizantes para fazer a revisão), o que criacionistas (ou simpatizantes dos autores do paper, não criacionistas) poderiam ver como indícios de conspiração, dogmatismo.



Depois vou dar uma pesquisada nos blogs de contrarianistas para ver o que teriam de supostamente mais sério.

Zumbi, eu, como boa cética, tenho a tendência de não me impressionar com matérias sensacionalistas, e gastar pouco tempo com elas. A mídia está mais interessada em criar polêmica com qualquer sopro e vender. Não importa muito o assunto.

Nem Soros, nem Gore, são cientistas. Soros é um, conhecido, grande especulador.

Ana, depois eu leio o resto da mensagem, mas esse e-mail entre Soros e Gore é uma piada com a coisa toda, não existiu.

[zumbi filosófico]

Bíbilica?

Isso é apenas senso comum, que vem sendo sistematicamente substituido por um neo-paganismo, por uma "gaia-cracia", onde os eco-burocratas são os sumo sacerdotes encarregados.

O processo de civilização consiste na superação das adversidades que a natureza impôs ao homem, através do engenho.

Aqueles que gritam que o aquecimento global ou a exaustão do petróleo são terrores inevitáveis, a menos que paguemos as devidas oferendas a Gaia não são diferentes daqueles que temiam entrar em mar aberto com medo de serpentes marítimas ou do abismo do fim do mundo, ou os povos que sacrificavam colheitas (e por vezes até seres humanos) para acalmar algum semideus sádico do seu panteão.

E a vacinação não é mais do que um ritual para se ficar com o "corpo fechado". Tenha santa paciência. Refutação por analogia superficial e tosca com crendice.

Ainda que haja maior associação até entre verdadeiros crentes nessas coisas, não é o que determina que a ciência por trás disso está errada, tal como presumivelmente aceitam se alguém fizesse analogias alternativas da noção geral de que "deus proverá", que "deu a Terra para o homem desfrutar dela" e etc e tal, com perspectivas cornucopistas com fé ou no crescimento econômico cego ou em soluções tecnológicas que surgirão como salvação quando forem realmente necessárias, feito milagres ou iluminação.

[Fernando Silva]

Ainda que haja maior associação até entre verdadeiros crentes nessas coisas, não é o que determina que a ciência por trás disso não está errada, tal como presumivelmente aceitam se alguém fizesse analogias alternativas da noção geral de que "deus proverá", que "deu a Terra para o homem desfrutar dela" e etc e tal, com perspectivas cornucopistas com fé ou no crescimento econômico cego ou em soluções tecnológicas que surgirão como salvação quando forem realmente necessárias, feito milagres ou iluminação.

Sim, acho que é um tipo de fé religiosa achar que há uma solução e que ela será encontrada a tempo.

Eu espero, sinceramente, que soluções apareçam, mas não acho que seja uma coisa garantida.

E o que seria "a tempo"? A tempo de impedir a extinção da espécie humana? A tempo de impedir que a civilização atual desapareça? A tempo de impedir que milhões ou bilhões morram?

[Anna]

pra mim isso ai está no mesmo nível de todas as teorias conspiratórias, tipo: a Nasa esconde extraterrestres, os cientistas bloqueiam a pesquisas sobre espírito, a gente mente sobre a evolução mas sabemos que deus criou tudo, e por ai vai!
Me poupa!

É tudo verdade. O e-mail mais revelador é o do George Soros ao Al Gore:

From: George Soros
To: Al Gore ,fat@xxxxx.xxx, t.boone.pickens@xxxx.xxx
Subject: Socialist plan to take over the World
Date: Mon., 16 Nov 2009 13:31:15 +0000
Cc: w.buffett@xxx.xx.xx

Dear Al and T.,

After all this time and money spent, we can finally say that our view is aired consistently by the MSM. We now own The Washington Post editorial board (except for Will, who still insists on publishing the truth about AGW), and at the New York Times we just added Friedman to our payroll; but Rich and Kristof have been doing fairly well for us there. In short, climatofascism can now enter its next stage. With the help of the liberal noise machine at MSNBC and the blogs, we can now delude the rest of the American public into taking "action." Romm, Revkin, Dave Roberts, Zimmer are all fighting hard to keep the message fresh. We're a little concerned with Oolius at the moment. He might be going rogue in which case we'll have to terminate his contract. Otherwise we're in good shape. Once this catches on, we'll be making trillions of dollars in so-called "alternative" energy. I know you are, T-Bone, but Al, are you fully invested in this yet? I know you've been busy with your book cover, but it's really time *now* to leverage the equity in your mansion. [...]

Mas falando sério, "é verdade". E-mails de fato vazaram, mas não contém nada que confirmasse uma conspiração. É meio como se criacionistas achassem e-mails de evolucionistas fazendo piadas sobre precisar se esconder o fato de algum achado paleontológico ser a comprovação cabal do criacionismo (já ouvi algumas dessas piadinhas), e os criacionistas divulgassem como se não fosse piada. Ou, debochando de algum paper que tivessem achado uma porcaria (críticas à efetividade do processo de revisão por pares não são incomuns, bem como eventuais formas quase que de burlar isso, apontando simpatizantes para fazer a revisão), o que criacionistas (ou simpatizantes dos autores do paper, não criacionistas) poderiam ver como indícios de conspiração, dogmatismo.



Depois vou dar uma pesquisada nos blogs de contrarianistas para ver o que teriam de supostamente mais sério.

Zumbi, eu, como boa cética, tenho a tendência de não me impressionar com matérias sensacionalistas, e gastar pouco tempo com elas. A mídia está mais interessada em criar polêmica com qualquer sopro e vender. Não importa muito o assunto.

Nem Soros, nem Gore, são cientistas. Soros é um, conhecido, grande especulador.

Ana, depois eu leio o resto da mensagem, mas esse e-mail entre Soros e Gore é uma piada com a coisa toda, não existiu.

Eu nem leio Zumbi. Apenas vi os nomes, e passei o olho rapidamente. Tenho acompanhado o evento com as matéias da CNN e BBC, que são mais curtas e diretas, logo no ponto. As especulações passam batidas...

[Anna]

Ainda que haja maior associação até entre verdadeiros crentes nessas coisas, não é o que determina que a ciência por trás disso não está errada, tal como presumivelmente aceitam se alguém fizesse analogias alternativas da noção geral de que "deus proverá", que "deu a Terra para o homem desfrutar dela" e etc e tal, com perspectivas cornucopistas com fé ou no crescimento econômico cego ou em soluções tecnológicas que surgirão como salvação quando forem realmente necessárias, feito milagres ou iluminação.

Sim, acho que é um tipo de fé religiosa achar que há uma solução e que ela será encontrada a tempo.

Eu espero, sinceramente, que soluções apareçam, mas não acho que seja uma coisa garantida.

E o que seria "a tempo"? A tempo de impedir a extinção da espécie humana? A tempo de impedir que a civilização atual desapareça? A tempo de impedir que milhões ou bilhões morram?

Não creio também nessa solução, nunca acreditei nela, mas há uma porcentagem de possibilidade sim. A capacidade inventiva dos seres humanos é fantástica.

A espécie humana um dia vai extinguir. E algo novo aparecerá.