Ontem colhendo informações sobre concursos, cheguei ao site do cidadão, onde além de propaganda dos seus livros, pouquíssima dicas para passar em concursos, me deparei até com testemunho sobrenatural do Meritissimo. Vide: http://www.williamdouglas.com.br/
Curriculo Resumido
Juiz Federal e Professor Universitário
Mestre em Direito pela Universidade Gama Filho
Presidente e membro de Bancas Examinadoras
Conferencista e autor de diversos livros e artigos
Professor-conferencista da EMERJ e da EPGE/FGV
Professor honoris causa da Escola Superior de Advocacia - OAB/RJ
Conselheiro / Consultor da Editora Impetus e Thomas Nelson do Brasil
1º colocado para Juiz de Direito no Rio de Janeiro
1º colocado para Defensor Público/RJ
1º colocado para Delegado de Polícia/RJ
4º colocado para Professor da Universidade Federal Fluminense
5º colocado para Analista Judiciário/TRF da 2a Região
8º colocado para Juiz Federal
1º colocado no CPOR/RJ
1º colocado no vestibular para Direito na UFF
A pergunta é o seguinte: Como pode?
(em off: olha o que vcs vão dizer, o cara é tratado de Meritíssimo, hein)
Willian Douglas escreveu:Matem o Papai Noel!
Existem alguns símbolos de Natal que são especialíssimos. Um exemplo é a árvore. Curiosamente originada da cultura pagã, a árvore foi assimilada pelo seu espírito natalino e vem cumprido uma função nobilíssima: reunir pessoas ao seu redor para prepará-la e, depois, receber as caixas de presentes – fakes ou não –, mas que cumprem a lembrança do gesto recíproco de trocar presentes.
Fora ela e outros poucos símbolos, o Natal parece ter perdido sua graça, espremido entre o reveillon e os problemas financeiros, de tempo, obrigações do cotidiano somada à lista de presentes, compras, festas e uma ruidosa série de comemorações de final de ano que, se por um lado são agradáveis, ao se somarem, geram um estresse tipicamente natalino, cujo ápice é, sem dúvida, a tentativa de estacionar, deslocar-se ou ser atendido em um shopping center.
O Natal transformou-se no reinado do bom velhinho sorridente e consumista. De alguma forma, o sentido original do Natal – um menino-Deus nascendo – foi perdido; pois o conceito real de doação sacrificial e amor incondicional, valores espirituais e coisas do gênero são diametralmente opostos às exigências de presentes caros e mesa farta. De certo modo, num carnaval constante que parece ser a preferência de muitos, sempre regado à festa, esquecimento e bebida, Jesus e sua idéia de vir ao mundo foram perdendo lugar para promoções e tentações mais práticas, objetivas e reluzentes.
Há que se reconhecer que Jesus é pouco falado no período onde originariamente se comemorava sua vinda ao mundo.
Tudo bem, afinal, é um direito de cada um decidir o que e quando comemorar. O único cuidado é perceber até que ponto as pessoas se convenceram, a partir da propaganda, de uma outra forma de Natal, caminhando para um natal sem qualquer conectividade com seu sentido original. O problema não é a opção, mas até que ponto a opção é resultado não de uma decisão pessoal, mas, sim, de uma campanha publicitária, materialista e consumista que vem se realizando regularmente há décadas.
Pode ser que o final do ano seja mesmo uma ocasião para festas, presentes, muita comida e bebida e só. Nesse sentido, Papai Noel é um bom representante desse sistema.
Ainda este mês, em palestra na UFF, em Niterói, li os jornais do dia, repletos de tragédias, mas, também, onde se percebia a euforia de que a queima de fogos durará 23 minutos. Talvez a leitura dos jornais e da crise essencialmente moral pela qual passamos nos convidasse a não estourar fogos de artifício. Fogos de artifício, ilusão, fuga, omissão, acho que tudo é parecido.
Já pensei em sugerir que o Natal fosse transferido para março (mês onde, provavelmente, Jesus realmente nasceu), e deixar dezembro dedicado apenas ao Papai Noel e ao reveillon. A outra solução é matar Papai Noel. Sem dúvida, algo radical. Pior se o crucificássemos como ocorreu com o motivo do primeiro Natal, trinta e três anos depois de seu nascimento.
Matar o Papai Noel.
Registro novamente: nada contra cada um escolher suas festas. Apenas acho que o sentido original do Natal está totalmente fora de foco.
Temo, ainda, que esteja incomodando o leitor com esse assunto, pesado, ácido, desagradável mesmo. Falar de coisas desagradáveis no período de festejos talvez seja contrário ao “espírito natalino”. Alguns haverão de preferir que fale desses assuntos apenas em janeiro, ou, talvez, depois do carnaval.
Acho mesmo antipática a idéia de matar o Papai Noel. Embora ataques terroristas sejam comuns, esse seria um pouco diferente. Para quem acha um exagero, lembro que mataram Jesus na Palestina e, pouco a pouco, nos festejos de Natal.
Ainda vou sugerir o Natal em março.
Em relação ao Natal, uma festa opcional, permitam-me mencionar que sua origem é o nascimento de Jesus Cristo, um judeu descendente de Davi, de família pobre, que apresentou-se ao mundo não só como o Messias esperado pelos judeus, mas, também, como Aquele através de quem todos os povos seriam chamados para participar da vida eterna. Esse homem, carpinteiro até os 30 anos de idade, começou a fazer milagres e a pregar boas novas e uma nova forma de ver e entender não só Deus como também a vida humana. Revolucionário, contestador, carismático, veemente, doce, seu fim foi a crucificação. Fim? Bem, no caso Dele, a história continuou três dias depois, com sua ressurreição. Seu nascimento foi o primeiro Natal. Daí, já que dia 25 de dezembro é Natal, vale mencionar que Jesus declarou ter vindo ao mundo buscar e salvar os perdidos, os pecadores, os necessitados. Se algum leitor se sente fraco, rejeitado, vazio ou precisando de cuidados, saiba que foi para pessoas assim (eu estou na lista), que Ele veio. Logo, o Natal é um momento de festa, de amor e de reconciliação.
Se você não é ligado a Jesus ou ao sentido original do Natal, tudo bem. Como disse, isso é opcional. Espero que as festas sejam boas e que os bons sentimentos apregoados nesse período sejam realidade, e não somente slogans promocionais ou frases de efeito.
Cristãos e não-cristãos podem fazer um esforço para que este período não seja apenas um momento de consumo, gastos e materialismo.
Estamos a poucos dias do Natal. Este texto é em homenagem a essa data. Se ela não lhe diz nada, acho uma pena, espero que pelo menos você aproveite as festas, mas saiba que ao menos para mim elas são melhores por causa do sentido original do Natal.
Se o NATAL lhe diz alguma coisa, ou, se no fundo você gostaria que ele lhe dissesse alguma coisa, espero que possa dar uma breve pausa nas angústias, correrias e preocupações típicas tanto dos seres humanos quanto das pessoas em proximidade no Natal.
Dê uma pausa.
Daqui a alguns dias ainda haverá tempo para trabalhar, estudar, fazer provas, trocar presentes, enviar ou responder aos cartões e e-mails comemorativos.
Aceite minha humilde e modesta sugestão: dê uma pausa.
Todas as obrigações, tarefas e responsabilidades estarão conosco depois do dia 25. Até chegar a data natalina, lembre-se de que – ao menos para o autor do primeiro Natal – você é uma pessoa especial, única, um filho querido do Pai Celeste, querido a ponto de ser objeto de atenção igualmente única: Jesus vir ao mundo.
Ele, Jesus, disse que veio ao mundo para trazer vida.
Acredito que a “prova” dessa semana, e todos a temos, é conseguir respirar fundo, dar uma pausa, e se deixar ser amado, é lograr perceber o amor que você foi objeto quando se comemorou o primeiro Natal, numa estrebaria humilde, em Belém.
Bom Natal.