Ciência religiosa X Ciência moderna.
Enviado: 20 Mai 2007, 19:56
Em uma discussão em outro tópico, surgiu uma cortina de fumaça comum usada por muitas pessoas.
Pedir provas.
As pessoas nesse tipo de discussão não costumam pedir provas para saber se é possível verificar a veracidade de algo, mas para criar uma cortina de fumaça e concluir que: Até que a ciência prove, isso não é possível, não é um fato nem ao menos uma "possibilidade", é apenas algo falso, uma crença.
Tanto é assim que quando eu tentei demonstrar isso, pedi para alguém me provar que a aspirina realmente elimina a dor de cabeça... Não só ninguém apresentou provas disso, como começaram a me acusar de estar "duvidando" de sua eficácia, ou mesmo de estar atacando a aspirina e "tentando dizer que não funciona”.
Me acusaram disso, porque quando essas pessoas pedem por "provas", não estão realmente querendo saber se é possível verificar isso, mas apenas atacando e tentando dizer que é falso.
Vamos ao ponto.
O que importa em qualquer assunto é a argumentação racional apoiada em uma base factual, que esteja sujeita a verificação para possível comprovação.
Por exemplo, tente provar para mim que a aspirina elimina a dor de cabeça.
Isso é impossível, você não tem como me provar isso.
Se eu digo que: Seguindo os ensinamentos religiosos, entre outras tantas coisas, você vai levar a sua mente a um outro estado, vai aprender a ter controle quase que completo sobre ela (ao menos o máximo que podemos ter), nesse estado vai descobrir um sentimento novo que é 100 vezes mais forte que a paixão e que é dirigido a todos, inclusive a desconhecidos e mendigos na rua, e que nesse estado inclusive a visão fica mais nítida.( a mesma diferença entre uma TV com chuvisco e um DVD).
Porque me pede provas?
Eu não tenho como te “provar” isso, assim como você não tem como me provar que a aspirina elimina a dor de cabeça.
Nos dois casos, o que existe é a capacidade de se verificar isso, para comprovar se funciona ou não.
Se eu tomar uma aspirina quando estiver com dor de cabeça e ela passar, então eu verifiquei e comprovei a eficácia da aspirina.
Ninguém pode fazer isso por mim.
O que importa aqui, não são "provas", mas sim que existe uma forma de se VERIFICAR isso.
O máximo que eu posso fazer sem verificar se ela funciona, é "acreditar" que funciona ou "acreditar" que não funciona. Ou ainda, eu poderia me manter cético quanto a sua eficácia (mas sabendo que isso é uma possibilidade), na primeira dor de cabeça eu posso testa-la e comprovar que funciona.
A pior das alternativas é "acreditar" que não funciona... Esse é a alternativa burra, aquela que não questiona ou "duvida" racionalmente, mas apenas arruma desculpas para negar até mesmo a "possibilidade" de algo.
No caso dos ensinamentos religiosos e os "efeitos" relatados por mim, é a mesma coisa.
Você pode acreditar que isso não é verdade, pode acreditar que é verdade e funciona. Você também pode se manter cético quanto a isso, e seguir a pratica para verificar e comprovar o que estou dizendo.
O que importa aqui, é que existe uma forma de se verificar isso e comprovar.
Nesse caso, existe ainda uma outra alternativa que os céticos podem seguir.
Ninguém é obrigado a verificar isso, mesmo porque, isso exige estudo e é bastante trabalhoso.
Nesse caso a opção REALMENTE cética de alguém que NÃO tem interesse no assunto, é duvidar que isso seja possível, a pessoa se mantém cética, mas compreende a ADMITE isso como "possibilidade" passível de verificação.
Aqui você ainda pode dar o grau de "probabilidade" que quiser pra isso, achando essa possibilidade mais ou menos provável, mas reconhecendo a possibilidade.
Mas não... Alguns preferem pedir "provas" para com isso jogar uma cortina de fumaça e concluir "racionalmente" que o melhor é acreditar que isso não é possível.
Alguns ainda dizem: "até que a ciência prove que isso é possível, isso não é real".
Desculpe, mas isso é inclusive uma postura anti-científica.
Essa é a postura do "acomodado", aquele que espera por autoridades dizerem a ele: "Ei, acredite nisso, nós comprovamos... você nunca viu tais provas, mas nós sim, então você pode acreditar".
A postura científica, é uma postura investigativa.
Os cientistas observam fatos e evidências, questionam as "possibilidades" e procuram por fatos que evidenciem essas possibilidades.
Através dessas observações eles procuram por meios de testar, entender e comprovar isso.
Entendido todo o processo, eles apresentam uma forma de demonstrar que isso é um fato, não apenas uma possibilidade.
Essa "demonstração" é a apresentação de um meio que permita a outros VERIFICAR isso, onde eles podem seguir os mesmo passos e chegar aos mesmos resultados da forma mais objetiva possível.
Se a postura dos cientistas fosse a de esperar sentado e taxar tudo de falso até que "alguém" prove o contrario... estaríamos perdidos.
Não estou dizendo que a religião, por oferecer um meio de verificação do que é relatado, seja por isso igual a ciência moderna. Existem diversas diferença entre as duas coisas.
Estou apenas dizendo que essas coisas citadas (e outras não citadas) podem ser verificadas e comprovadas.
Se a ciência moderna pelos seus próprios meios, ainda não demonstrou isso, devemos dizer então que é falso?
Não, devemos dizer que é uma possibilidade que permite verificação (eu mesmo já verifiquei e comprovei que muitas dessas coisas são FATOS), que existe um meio não-científico de verificação e que os resultados relatados ainda são "desconhecidos" pela ciência moderna... coisa que inclusive pode mudar em um futuro próximo, pois existem cientistas estudando o assunto. (que inclusive já comprovaram a veracidade de alguns relatos mais simples sobre isso).
Vamos ser mais honestos e parar de pedir "provas", como mero meio de criar uma cortina de fumaça?
Cortina essa que é usada principalmente como meio de "auto-ilusão".