A falácia do Bolsa-Família

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Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Apo »

É de matar...vergonha disto. Mas tem quem defenda.
A parte da bolsa "incentivo-infrator" é a cara dos disparates do modelo mental brasileiro.
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aknatom
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Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por aknatom »

As pessoas que são beneficiadas pelo bolsa-família, receberem um recurso direto (!) - que as impede de procurar outras fontes de renda e trabalho, por medo de perder o "bolsa-família"


Tipica opinião de alienados... é esse tipo de gente que exalata o comunismo russo ou a eficiência do FBI, que assiste "Password: Swordfish" e passa a chamar hacker de banditismo fácil.
Cuidado heim, apesar do escritor insistir nisso "Operação Cavalo de Tróia" não é baseado em fatos reais!!!! :emoticon16:
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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Ashus
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Mensagem por Ashus »

Muito fácil falar-se quando ocupamos um lugar de conforto.

Assistência é necessária a quem parte do nada, deve ser feito com regras e estas em constante avaliação. Se dinheiro chama dinheiro, a pobreza só trás mais pobreza.

A Europa está em mutação, a meu ver para pior, desmantelar o estado social é a pior coisa que nos acontecerá no futuro próximo.
Isto acontece devido à concorrência desleal com países como a China onde se pratica salários imbatíveis.
Prefiro um milhão de vezes pagar impostos altos e ter assistência médica quando necessária ( no público ou PRIVADO) a estar sujeito a caprichos das seguradoras.
Os EUA vêem suas populações cada vez mais preocupadas com a degradação do já precário sistema de saúde, isto para não falar na educação, justiça...Administração prometeu baixar os impostos e os cidadãos felizes rejubilaram e depois veio a factura...

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Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Apo »

Pronto...comparando EUA e outras nações onde as coisas funcionam com o Brasil...danou-se.
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Huxley
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Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Huxley »

Pessoal, tudo bem que às vezes algumas paixões sobre determinados assuntos podem fazer a gente se desviar do bom senso.Mas até irracionalidade tem limite!

Vejam só, o Night , assim como dez entre dez direitistas, citam os prêmios Nobel Friedrich Hayek e Milton Friedan como pessoas que defendem a mesma posição doutrinária que ele.O que ele parece não saber é que ser liberal é uma coisa, ser darwinista social é outra.Porque entre defender a extinção de políticas sociais compensatórias e se simpatizar pelo Darwinismo Social, é só um passo.Obviamente, eu posso provar como o argumento dele não tem fundamento citando argumentos de dois de seus ídolos (os dois principais gurus do Neoliberalismo): Hayek e Friedman.

Sobre o problema de como mitigar a pobreza, Friedman diz em “Capitalismo e Liberdade” (1984, Abril Cultural, p. 174,175):

“Primeiro, se o objetivo é mitigar a pobreza, deveríamos ter um programa para ajudar o pobre. (...)
O procedimento mais recomendável em bases puramente mecânicas seria o imposto de renda negativo.Temos atualmente uma isenção de 600 dólares por pessoa em termos de imposto de renda federal (mais um mínimo de 10% de dedução uniforme).Se um indivíduo receber renda de dólares em excesso, após o cálculo da isenção e da dedução, pagará certo imposto.De acordo com nossa proposta, se a renda for menos 100 dólares, isto é, 100 dólares abaixo da isenção mais a dedução, terá que pagar um imposto negativo, isto é, receber subsídio.Se a taxa do subsídio for, digamos, 50%, receberá 50 dólares.
(...)
Como qualquer outra medida para mitigar a pobreza, reduz o incentivo para que os ajudados se ajudem a si próprios, mas não o elimina inteiramente, como o faria um sistema de suplementação das rendas até um mínimo estabelecido.Um dólar extra ganho significa sempre mais dinheiro para gastar.”

Vejam só como Friedman refuta a falácia “o assistido não procura outras fontes de recurso para que possa realmente se incluir na sociedade através do trabalho”.No programa de renda mínima, o miserável que tem salário de mercado de 0 dólares (desempregado) irá receber 300 dólares, se receber de salário de 100 dólares terá renda total de 350 dólares, se o salário for de 200 dólares, irá receber 400 dólares e assim por diante.

Está claro que algo semelhante ocorre no “Bolsa Família”. Os valores pagos pelo Bolsa Família variam de R$ 15,00 a R$ 95,00, de acordo com a renda mensal por pessoa da família e o número de crianças.Ou seja, quanto mais pobreza, mais benefício.Se há algo errado na forma como os benefícios são distribuídos, provavelmente o careca monetarista diria que extinguir o Bolsa Família seria a pior solução.

Outra coisa é uma meia-verdade quando Friedman diz “nossa proposta”.A idéia do imposto de renda negativo foi criado por ninguém menos que....Friederich Von Hayek!!!Não por acaso o professor Mário Henrique Simonsen disse certa vez: “Em matéria de assistencialismo puro, na verdade o melhor programa é o da renda mínima (ou imposto de renda negativo), defendido por Hayek (...)Em vez de distribuir cestas básicas, remédios e outros serviços específicos, o governo daria dinheiro a todos, para que fosse usado segundo as preferências de cada um”(“Textos Escolhidos”,p.318, Editora FGV ou Exame,31-3-1993.Matéria “Pelo que o presidente Itamar deveria chorar”)

Veja que o Bolsa Família é um programa de TRANSFERÊNCIA DIRETA de renda, o que é compatível com a “liberdade do pobre de escolher se seu gasto deve ser diferente ou não daquele pretendido pelo burocrata”(visão de Friedman).Outra coisa que Friedman exalta na unificação das políticas sociais através de um único programa de transferência de renda direta é que a carga administrativa diminui e os custos diminuem, tornando um programa relativamente barato (p.175).E o que foi feito recentemente foi unificar Auxílio-Gás, Bolsa Escola, Cartão Alimentação e Bolsa Alimentação.

Dizer que o Bolsa Família “pressiona as contas públicas” é uma MENTIRA DESLAVADA!Pelo que li numa apostila de Concurso Público, recentemente o The Economist exaltou o fato do progama não gerar impacto significativo nas contas públicas diante de seu raio de abragência.Também pudera.Pelo que vi na Wikipédia, o programa consome míseros 0,4% do PIB!!!! Para vocês terem uma idéia de quanto isso representa, o gasto com pagamento da dívida consome cerca de 7% do PIB.Além disso, 0,4% do PIB foi o que reduzimos de pagamento com juros da dívida pública de 2005 a 2006.Ver: http://www.bcb.gov.br/

Há outros argumentos pífios para a extinção do Bolsa Família.Tem , por exemplo, o argumento “Dê emprego pro cara, que ele sai da miséria”.Essa falácia se esfarela em duas observações básicas.Em primeiro lugar, o salário de mercado muitas vezes é insuficiente para retirar a pessoa da miséria.Por exemplo, um pai de família viúvo que ganha o salário mínimo e tem 3 filhos, obtém uma renda por pessoa de 95 reais.Os tecnocratas que criaram as regras do Bolsa Família consideram que quem tem uma renda por pessoa de até 120 reais é uma família miserável.Em segundo lugar, ainda que o salário de mercado fosse suficiente alto, a mera possibilidade de se está desempregado pode transformar o salário de mercado em 0 reais.Como o Seguro desemprego só vale por cinco meses, quem estivesse desempregado por mais tempo que isto estaria lascado!Todos os países desenvolvidos já passaram por crises que deixou gente involuntariamente desempregada por mais de cinco meses.

Outra falácia contra políticas sociais compensatórias é dizer que a única maneira de se acabar com a miséria é aumentar a capacidade produtiva dos mais pobres.Por exemplo, maiores investimentos em educação e qualificação dos trabalhadores pobres levam à acumulação de capital humano (existem outras, como o acesso a microcrédito e a terra).Para que esse argumento funcionasse seria necessário que as políticas sociais compensatórias excluíssem as políticas sociais estruturais.Esse não é o caso.Além disso, considerando o nosso nível relativamente elevado de renda (nosso PIB per capita é de 6571 dólares) e o altíssimo grau de desigualdade, programas compensatórios abrangentes têm de ser parte importante da política social.Política social compensatória serve para COMPLEMENTAR a política social estrutural, não para excluí-la.

Além disso, no que se refere à inserção competitiva no mercado de trabalho, a literatura econômica indica que o fraco desempenho educacional no Brasil decorreu da dificuldade em manter as crianças e os jovens na escola, sobretudo os de famílias de menor renda.A razão para isso é óbvia.Um dos motivos é porque crianças pobres trabalham para ajudar os pais.Enfim, existem outros motivos para evasão escolar além da péssima qualidade do ensino fundamental.Ao entrar no Bolsa Família, a família se compromete a manter suas crianças e adolescentes em idade escolar freqüentando a escola.Qual pai não vai pensar duas vezes antes de deixar o filho fora de escola?A condicionalidade do Bolsa Família serve como uma forma de poder de barganha do Estado na hora de conceder o benefício.Ajuda também a política social estrutural.E uma coisa interessante postaram na Wikipédia:“Alguns críticos do programa alegam que o Bolsa Família teria causado uma maior evasão escolar, pois os alunos não vêem mais uma obrigação para ir a escola, aumentando também o trabalho infantil - mas nunca apresentaram estatísticas para confirmar suas hipóteses”.

Por outro lado, quem acha que Estado não tem função de redistribuição de renda (observação: não estou citando ninguém em particular; veste a carapuça quem quiser)
deveria está fazendo uma passeata pedindo para que seu imposto de renda tivesse alíquota igual ao de Antônio Ermírio de Morais.Ou quem sabe, está visitando o dia-a-dia de uma família pobre para saber se as condições de inserção competitiva na economia capitalista delas é igual à de uma família de classe média alta.Quem sabe a pessoa que faça isso, anote tudo o que viu e ganhe o Prêmio Nobel de Economia, refutando o trabalho que deu esse mesmo prêmio ao economista indiano Amartya Sen.Para quem não sabe, a principal contribuição de Sen foi provar que o baixo desenvolvimento está essencialmente ligado às oportunidades que o Estado oferece à população de fazer escolhas e exercer sua cidadania.

Por fim, há o argumento da geração de empregos.Obviamente, o texto que o Night colocou diz que o Bolsa-Família não gerou empregos...NO NORDESTE.Pode ter gerado no Sudeste, onde se concentra a maior parte da produção do que é consumido no Nordeste.Em termos macroeconômicos, dá no mesmo.É verdade que nem sempre maior consumo gera emprego, mas a questão é que Bolsa Família não tem como objetivo resolver o problema do desemprego.Por outro lado, tem empresário formado em Administração que acha que políticas de transferência nunca podem ter impacto no crescimento econômico.Isso não é verdade:
https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?p=263769#263769
Editado pela última vez por Huxley em 28 Jul 2007, 00:26, em um total de 1 vez.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

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Huxley
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Huxley »

Usuário deletado escreveu:
Por favor, peço que mostre onde postei alguma referência às premiações dos dois economistas citados por você.



Não esquente.Eu só me lembrei de certa vez que você postou no Clube Cético (respondendo ao Adriano) que não era verdade que eu "dava respostas" a ideologias sem embasamento científico.E que a prova disso era que existiam defensores científicos do liberalismo, entre os quais existiam Prêmios Nobel.

Eu pensei que postando os argumentos deles, talvez você pudesse dá uma reavaliada melhor nas suas propostas.Acho que você poderia ao menos pensar que políticas sociais estruturais só dão resultados no longo prazo.E que no longo prazo, todos os miseráveis estarão mortos!E também poderia reler e refletir melhor sobre o argumento "Um dólar extra ganho significa sempre mais dinheiro para gastar", que é justamente o que evitaria que boa parte dos miseráveis deixassem de procurar emprego e sair da miséria com suas próprias pernas.

De qualquer modo, sua opinião está dada!
Editado pela última vez por Huxley em 28 Jul 2007, 01:14, em um total de 2 vezes.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

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pig
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Mensagem por pig »

Vou dizer uma falácia... mas ás vezes é preciso.

passem ao lado desse aí. Se derem assistencia ele depois não vai á procura de emprego...

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SickBoy
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Mensagem por SickBoy »

pig escreveu:Vou dizer uma falácia... mas ás vezes é preciso.

passem ao lado desse aí. Se derem assistencia ele depois não vai á procura de emprego...

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poxa. achei que você era o DIG. não tava te reconhecendo :emoticon5:

agora sim eu o reconheci, cara das várias contas :emoticon16:

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Samael
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Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Samael »

É que o garoto da foto não tem sensatez...

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Adrianoped
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Adrianoped »

São dois pontos que são drásticos nesse pensamento liberal e que já foi citado acima. O primeiro é considerar o mérito com base na ocupação profissional do indivíduo no mercado de trabalho, sendo que os que ganham mais tendo mais mérito e os que ganham menos ou estão desempregados tem menos mérito. Simplificando, se você é pobre ou desempregado a culpa é sua, e se você é rico é devido aos seu mérito, você merece essa riqueza.

O segundo é a base do primeiro, que é a crença de que o mercado por si só aja de forma correta e justa, e que a intervenção estatal somente pode prejudicar o maravilhoso mercado e a sua grande capacidade de geração espontânea de de pleno emprego (ironia). Assim o liberalismo quer a ausência do estado na economia para que ela tenha melhor eficiência.

O que acontece é que a economia não age da melhor forma possível, comprovado pela teoria de assimetria da informação, que resultou no nóbel de economia ao seu autor. E tanto a informação tem influência na economia, que os demais prêmios nóbeis de economia (tudo bem não se chama nobel, mas é mais fácil citar assim) são referentes ao mercado financeiro. George Soros em sua visita no Brasil para investir no biocombustível, ressaltou a importância de conhecer o mercado financeiro para entender a economia.

E o pensamento que me atrai em relação a economia é o de neo-desenvolvimentismo, chamado também de economia social de mercado, que se utiliza do liberalismo e do socialismo. A dicotomia liberalismo x socialismo já não existe mais na prática, embora alguns defensores radicais do liberalismo gostem de rotular todos que são contra de socialistas.
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Joe
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Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Joe »

Poderia fazer um bolsa-família com o foco na ajuda para eles conseguirem um emprego melhor, um estudo melhor e bancar isso. Quando possuirem a quantidade necessária para o sustento sairão automaticamente do programa e uma pequena parte do salário descontada para o programa que eles estavam sendo sustentados.

Isso já existe?

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Joe
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Mensagem por Joe »

pig escreveu:Vou dizer uma falácia... mas ás vezes é preciso.

passem ao lado desse aí. Se derem assistencia ele depois não vai á procura de emprego...

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A questão é, essa criança vai passar fome mesmo agente discutindo algo.

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emmmcri
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Mensagem por emmmcri »

Joe escreveu:
pig escreveu:Vou dizer uma falácia... mas ás vezes é preciso.

passem ao lado desse aí. Se derem assistencia ele depois não vai á procura de emprego...

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A questão é, essa criança vai passar fome mesmo agente discutindo algo.


Que tristeza!

:emoticon8: :emoticon8: :emoticon8:
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE

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A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
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francioalmeida
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Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por francioalmeida »

Assistencialismo não é esmola!

O Assistencialismo Lula com a intenção produzir votos, exala a falácia da assistencialismo-esmola para forja sua máquina de votos no povo de baixa renda.

O estado tem diversas maneiras de ajudar os brasileiros de baixa renda sem apelar pro "bolsa-esmola".
O conjunto bolsa-esmola é dado com o pressuposto de alavancar a vida do cidadão e melhorar as condições de sobrevivência, no entanto, voltando a realidade, o que vemos são famílias recebendo míseros reais pra alimentação, porém sem acesso a saúde, educação e trabalho. E muitos que ainda tem acesso estão à margem dos precários serviços públicos e longe da qualificação para um trabalho dígno.

Assistência se resume primeiro em melhorar os serviços, que por dever, o estado deveria está oferecendo e não "inventar" bestialidades que só servem pra maquiar uma pseudo-assitência e que na realidade continuam a aprisionar as classes e forjar a maquina que perpetuam o carrasco no poder.

Vomitar aos quatro cantos que essa esmola é "assistência" é muita cara-de-pau. Enquanto se dar cem reais, se esquece que aquela família continuará tendo acesso aos medíocres serviços públicos de educação e saúde, estará sujeito a fingir que estudou, fingir que tem acesso a saúde, fingir que vai melhorar de vida com cem reais e fingir que essa besta é um presidente.
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André
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por André »

Joe escreveu:Poderia fazer um bolsa-família com o foco na ajuda para eles conseguirem um emprego melhor, um estudo melhor e bancar isso. Quando possuirem a quantidade necessária para o sustento sairão automaticamente do programa e uma pequena parte do salário descontada para o programa que eles estavam sendo sustentados.

Isso já existe?


É algo assim que defendo. Acrescentaria que o básico tem que ser garantido, alimentação, moradia, saúde e educação. Eu diria segurança, mas isso tem que ser garantido a todos e não apenas aos pobres, alias saúde e educação tb deveria ser garantida a todos, o acesso.

Agora o financiamento que permite alimentação e manutenção da moradia, não pode deixar de estimular a busca por qualificação e um emprego melhor. Uma forma seria os assistentes sociais perguntarem o que as pessoas desejam fazer, ou sabem e inclui-los em cursos profissionalizante, além de claro os filhos terem que estar na escola. Quem se dedica a isso ganharia um pouco mais, um incentivo para fazer parte e se aprimorar. Quando já estivesse trabalhando e tendo condições de se sustentar sem precisar do programa, sairia desse, e passaria a ele próprio contribuir para que outros tivessem a mesma chance.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Adrianoped
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Adrianoped »

francioalmeida escreveu:Assistencialismo não é esmola!
O conjunto bolsa-esmola é dado com o pressuposto de alavancar a vida do cidadão e melhorar as condições de sobrevivência, no entanto, voltando a realidade, o que vemos são famílias recebendo míseros reais pra alimentação, porém sem acesso a saúde, educação e trabalho. E muitos que ainda tem acesso estão à margem dos precários serviços públicos e longe da qualificação para um trabalho dígno.

Óbvio que o "bolsa-esmola" não resolve o problema, mas considerando que 0,4% do PIB de um governo que arrecada cerca de um terço do PIB, atacar esse programa é desviar a atenção para o que eu considero mais caro a corrupção, muito mais cara para o país.

E eliminar esse programa não resolve os problemas sociais como pensam os fundamentalistas de mercado, pois a questão do emprego deve ser buscada independente do programa ou não. E o programa ainda tem o requisito de cobrar que as crianças estejam matriculadas, e ajuda a evitar o trabalho infantil que tira crianças da escola.
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André
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por André »

Adrianoped escreveu:
francioalmeida escreveu:Assistencialismo não é esmola!
O conjunto bolsa-esmola é dado com o pressuposto de alavancar a vida do cidadão e melhorar as condições de sobrevivência, no entanto, voltando a realidade, o que vemos são famílias recebendo míseros reais pra alimentação, porém sem acesso a saúde, educação e trabalho. E muitos que ainda tem acesso estão à margem dos precários serviços públicos e longe da qualificação para um trabalho dígno.

Óbvio que o "bolsa-esmola" não resolve o problema, mas considerando que 0,4% do PIB de um governo que arrecada cerca de um terço do PIB, atacar esse programa é desviar a atenção para o que eu considero mais caro a corrupção, muito mais cara para o país.

E eliminar esse programa não resolve os problemas sociais como pensam os fundamentalistas de mercado, pois a questão do emprego deve ser buscada independente do programa ou não. E o programa ainda tem o requisito de cobrar que as crianças estejam matriculadas, e ajuda a evitar o trabalho infantil que tira crianças da escola.


Pois é. E eu continuo na minha tecla para combater corrupção apenas empoderando os cidadãos, e reformando o sistema político para que ele seja mais aberto e democrático.

Ah sobre o programa como disse na outra mensagem eu penso que um incentivo para buscar maior qualificação e procurar emprego seria de grande utilidade.
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Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

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francioalmeida
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por francioalmeida »

Adrianoped escreveu:Óbvio que o "bolsa-esmola" não resolve o problema, mas considerando que 0,4% do PIB de um governo que arrecada cerca de um terço do PIB, atacar esse programa é desviar a atenção para o que eu considero mais caro a corrupção, muito mais cara para o país.


Tirar 0,4% para adquirir mais voto e perpertuar no poder é um bom investimento para a corrupção.


Adrianoped escreveu:
E eliminar esse programa não resolve os problemas sociais como pensam os fundamentalistas de mercado, pois a questão do emprego deve ser buscada independente do programa ou não.


Eliminando ou não esse programa não acaba com os problemas sociais, porém acaba com a fábrica de votos.



Adrianoped escreveu:
E o programa ainda tem o requisito de cobrar que as crianças estejam matriculadas, e ajuda a evitar o trabalho infantil que tira crianças da escola.


Cobrar as crianças matriculadas aonde? Nas fictícias escolas públicas!? Fingir que elas estão estudando? Fingir que cem reais evita o trabalho infantil?

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Adrianoped
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Adrianoped »

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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Adrianoped »

André escreveu:
Adrianoped escreveu:
francioalmeida escreveu:Assistencialismo não é esmola!
O conjunto bolsa-esmola é dado com o pressuposto de alavancar a vida do cidadão e melhorar as condições de sobrevivência, no entanto, voltando a realidade, o que vemos são famílias recebendo míseros reais pra alimentação, porém sem acesso a saúde, educação e trabalho. E muitos que ainda tem acesso estão à margem dos precários serviços públicos e longe da qualificação para um trabalho dígno.

Óbvio que o "bolsa-esmola" não resolve o problema, mas considerando que 0,4% do PIB de um governo que arrecada cerca de um terço do PIB, atacar esse programa é desviar a atenção para o que eu considero mais caro a corrupção, muito mais cara para o país.

E eliminar esse programa não resolve os problemas sociais como pensam os fundamentalistas de mercado, pois a questão do emprego deve ser buscada independente do programa ou não. E o programa ainda tem o requisito de cobrar que as crianças estejam matriculadas, e ajuda a evitar o trabalho infantil que tira crianças da escola.


Pois é. E eu continuo na minha tecla para combater corrupção apenas empoderando os cidadãos, e reformando o sistema político para que ele seja mais aberto e democrático.

Ah sobre o programa como disse na outra mensagem eu penso que um incentivo para buscar maior qualificação e procurar emprego seria de grande utilidade.


Concordo contigo, a reforma do sistema político é essencial. E sobre esse incentivo, poderia ser usado também como controle, que é tido como uma das falhas, embora tenham sido inúmeras famílias cortadas do programa devido a não estarem as crianças matriculadas.
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Adrianoped »

francioalmeida escreveu:
Adrianoped escreveu:Óbvio que o "bolsa-esmola" não resolve o problema, mas considerando que 0,4% do PIB de um governo que arrecada cerca de um terço do PIB, atacar esse programa é desviar a atenção para o que eu considero mais caro a corrupção, muito mais cara para o país.


Tirar 0,4% para adquirir mais voto e perpertuar no poder é um bom investimento para a corrupção.

É possível que tenha algum efeito, mas os programas sociais não são uma novidade desse governo, então nem deveria ter ocorrido mudança do governo se fosse assim.

francioalmeida escreveu:
Adrianoped escreveu:
E eliminar esse programa não resolve os problemas sociais como pensam os fundamentalistas de mercado, pois a questão do emprego deve ser buscada independente do programa ou não.


Eliminando ou não esse programa não acaba com os problemas sociais, porém acaba com a fábrica de votos.

Tem estudos da FGV mais consistentes sobre os benecífios dos programas sociais. Para mim você está superestimando a influencia do programa, embora tenha sim um caráter populista, mas errado para mim é o governo que não investe no social.

francioalmeida escreveu:
Adrianoped escreveu:
E o programa ainda tem o requisito de cobrar que as crianças estejam matriculadas, e ajuda a evitar o trabalho infantil que tira crianças da escola.


Cobrar as crianças matriculadas aonde? Nas fictícias escolas públicas!? Fingir que elas estão estudando? Fingir que cem reais evita o trabalho infantil?

100 reais muitas vezes vira cigarro e cachaça...

Mas a melhora do ensino público não tem nada a ver com ter ou não o bolsa família, melhor na escola do que nas ruas. E considero que o programa ajuda evidar sim o trabalho infantil, vi algumas pesquisas nesse sentido.
E que há desvios do programa é óbvio, por isso o controle deve ser melhor, mas o resultado geral é positivo.
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emmmcri
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por emmmcri »

Huxley escreveu:Pessoal, tudo bem que às vezes algumas paixões sobre determinados assuntos podem fazer a gente se desviar do bom senso.Mas até irracionalidade tem limite!

Vejam só, o Night , assim como dez entre dez direitistas, citam os prêmios Nobel Friedrich Hayek e Milton Friedan como pessoas que defendem a mesma posição doutrinária que ele.O que ele parece não saber é que ser liberal é uma coisa, ser darwinista social é outra.Porque entre defender a extinção de políticas sociais compensatórias e se simpatizar pelo Darwinismo Social, é só um passo.Obviamente, eu posso provar como o argumento dele não tem fundamento citando argumentos de dois de seus ídolos (os dois principais gurus do Neoliberalismo): Hayek e Friedman.

Sobre o problema de como mitigar a pobreza, Friedman diz em “Capitalismo e Liberdade” (1984, Abril Cultural, p. 174,175):

“Primeiro, se o objetivo é mitigar a pobreza, deveríamos ter um programa para ajudar o pobre. (...)
O procedimento mais recomendável em bases puramente mecânicas seria o imposto de renda negativo.Temos atualmente uma isenção de 600 dólares por pessoa em termos de imposto de renda federal (mais um mínimo de 10% de dedução uniforme).Se um indivíduo receber renda de dólares em excesso, após o cálculo da isenção e da dedução, pagará certo imposto.De acordo com nossa proposta, se a renda for menos 100 dólares, isto é, 100 dólares abaixo da isenção mais a dedução, terá que pagar um imposto negativo, isto é, receber subsídio.Se a taxa do subsídio for, digamos, 50%, receberá 50 dólares.
(...)
Como qualquer outra medida para mitigar a pobreza, reduz o incentivo para que os ajudados se ajudem a si próprios, mas não o elimina inteiramente, como o faria um sistema de suplementação das rendas até um mínimo estabelecido.Um dólar extra ganho significa sempre mais dinheiro para gastar.”

Vejam só como Friedman refuta a falácia “o assistido não procura outras fontes de recurso para que possa realmente se incluir na sociedade através do trabalho”.No programa de renda mínima, o miserável que tem salário de mercado de 0 dólares (desempregado) irá receber 300 dólares, se receber de salário de 100 dólares terá renda total de 350 dólares, se o salário for de 200 dólares, irá receber 400 dólares e assim por diante.

Está claro que algo semelhante ocorre no “Bolsa Família”. Os valores pagos pelo Bolsa Família variam de R$ 15,00 a R$ 95,00, de acordo com a renda mensal por pessoa da família e o número de crianças.Ou seja, quanto mais pobreza, mais benefício.Se há algo errado na forma como os benefícios são distribuídos, provavelmente o careca monetarista diria que extinguir o Bolsa Família seria a pior solução.

Outra coisa é uma meia-verdade quando Friedman diz “nossa proposta”.A idéia do imposto de renda negativo foi criado por ninguém menos que....Friederich Von Hayek!!!Não por acaso o professor Mário Henrique Simonsen disse certa vez: “Em matéria de assistencialismo puro, na verdade o melhor programa é o da renda mínima (ou imposto de renda negativo), defendido por Hayek (...)Em vez de distribuir cestas básicas, remédios e outros serviços específicos, o governo daria dinheiro a todos, para que fosse usado segundo as preferências de cada um”(“Textos Escolhidos”,p.318, Editora FGV ou Exame,31-3-1993.Matéria “Pelo que o presidente Itamar deveria chorar”)

Veja que o Bolsa Família é um programa de TRANSFERÊNCIA DIRETA de renda, o que é compatível com a “liberdade do pobre de escolher se seu gasto deve ser diferente ou não daquele pretendido pelo burocrata”(visão de Friedman).Outra coisa que Friedman exalta na unificação das políticas sociais através de um único programa de transferência de renda direta é que a carga administrativa diminui e os custos diminuem, tornando um programa relativamente barato (p.175).E o que foi feito recentemente foi unificar Auxílio-Gás, Bolsa Escola, Cartão Alimentação e Bolsa Alimentação.

Dizer que o Bolsa Família “pressiona as contas públicas” é uma MENTIRA DESLAVADA!Pelo que li numa apostila de Concurso Público, recentemente o The Economist exaltou o fato do progama não gerar impacto significativo nas contas públicas diante de seu raio de abragência.Também pudera.Pelo que vi na Wikipédia, o programa consome míseros 0,4% do PIB!!!! Para vocês terem uma idéia de quanto isso representa, o gasto com pagamento da dívida consome cerca de 7% do PIB.Além disso, 0,4% do PIB foi o que reduzimos de pagamento com juros da dívida pública de 2005 a 2006.Ver: http://www.bcb.gov.br/

Há outros argumentos pífios para a extinção do Bolsa Família.Tem , por exemplo, o argumento “Dê emprego pro cara, que ele sai da miséria”.Essa falácia se esfarela em duas observações básicas.Em primeiro lugar, o salário de mercado muitas vezes é insuficiente para retirar a pessoa da miséria.Por exemplo, um pai de família viúvo que ganha o salário mínimo e tem 3 filhos, obtém uma renda por pessoa de 95 reais.Os tecnocratas que criaram as regras do Bolsa Família consideram que quem tem uma renda por pessoa de até 120 reais é uma família miserável.Em segundo lugar, ainda que o salário de mercado fosse suficiente alto, a mera possibilidade de se está desempregado pode transformar o salário de mercado em 0 reais.Como o Seguro desemprego só vale por cinco meses, quem estivesse desempregado por mais tempo que isto estaria lascado!Todos os países desenvolvidos já passaram por crises que deixou gente involuntariamente desempregada por mais de cinco meses.

Outra falácia contra políticas sociais compensatórias é dizer que a única maneira de se acabar com a miséria é aumentar a capacidade produtiva dos mais pobres.Por exemplo, maiores investimentos em educação e qualificação dos trabalhadores pobres levam à acumulação de capital humano (existem outras, como o acesso a microcrédito e a terra).Para que esse argumento funcionasse seria necessário que as políticas sociais compensatórias excluíssem as políticas sociais estruturais.Esse não é o caso.Além disso, considerando o nosso nível relativamente elevado de renda (nosso PIB per capita é de 6571 dólares) e o altíssimo grau de desigualdade, programas compensatórios abrangentes têm de ser parte importante da política social.Política social compensatória serve para COMPLEMENTAR a política social estrutural, não para excluí-la.

Além disso, no que se refere à inserção competitiva no mercado de trabalho, a literatura econômica indica que o fraco desempenho educacional no Brasil decorreu da dificuldade em manter as crianças e os jovens na escola, sobretudo os de famílias de menor renda.A razão para isso é óbvia.Um dos motivos é porque crianças pobres trabalham para ajudar os pais.Enfim, existem outros motivos para evasão escolar além da péssima qualidade do ensino fundamental.Ao entrar no Bolsa Família, a família se compromete a manter suas crianças e adolescentes em idade escolar freqüentando a escola.Qual pai não vai pensar duas vezes antes de deixar o filho fora de escola?A condicionalidade do Bolsa Família serve como uma forma de poder de barganha do Estado na hora de conceder o benefício.Ajuda também a política social estrutural.E uma coisa interessante postaram na Wikipédia:“Alguns críticos do programa alegam que o Bolsa Família teria causado uma maior evasão escolar, pois os alunos não vêem mais uma obrigação para ir a escola, aumentando também o trabalho infantil - mas nunca apresentaram estatísticas para confirmar suas hipóteses”.

Por outro lado, quem acha que Estado não tem função de redistribuição de renda (observação: não estou citando ninguém em particular; veste a carapuça quem quiser)
deveria está fazendo uma passeata pedindo para que seu imposto de renda tivesse alíquota igual ao de Antônio Ermírio de Morais.Ou quem sabe, está visitando o dia-a-dia de uma família pobre para saber se as condições de inserção competitiva na economia capitalista delas é igual à de uma família de classe média alta.Quem sabe a pessoa que faça isso, anote tudo o que viu e ganhe o Prêmio Nobel de Economia, refutando o trabalho que deu esse mesmo prêmio ao economista indiano Amartya Sen.Para quem não sabe, a principal contribuição de Sen foi provar que o baixo desenvolvimento está essencialmente ligado às oportunidades que o Estado oferece à população de fazer escolhas e exercer sua cidadania.

Por fim, há o argumento da geração de empregos.Obviamente, o texto que o Night colocou diz que o Bolsa-Família não gerou empregos...NO NORDESTE.Pode ter gerado no Sudeste, onde se concentra a maior parte da produção do que é consumido no Nordeste.Em termos macroeconômicos, dá no mesmo.É verdade que nem sempre maior consumo gera emprego, mas a questão é que Bolsa Família não tem como objetivo resolver o problema do desemprego.Por outro lado, tem empresário formado em Administração que acha que políticas de transferência nunca podem ter impacto no crescimento econômico.Isso não é verdade:
https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?p=263769#263769


O Notável Huxley !
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE

Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.



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Huxley
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Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por Huxley »

Aê, Emmmcri...Acredito que ele tenha razão.Acho que argumentar exclusivamente com quote não é argumento.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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emmmcri
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Re: Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por emmmcri »

Huxley escreveu:Aê, Emmmcri...Acredito que ele tenha razão.Acho que argumentar exclusivamente com quote não é argumento.


Eu só quotei para colocar o tópico em evidência,mas acho que os oponentes desistiram.
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE

Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
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No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.



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heilel ben-shachar
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Re.: A falácia do Bolsa-Família

Mensagem por heilel ben-shachar »

Esse assunto é delicado porque mostra o conflito de interesses que envolve o tema. Nós da classe média enxergamos pela perspectiva do assistencialismo e do oportunismo, enquanto que os beneficiados enxergam como a salvação para tirar a corda do pescoço. São visões de mundo diferentes porque cada um está numa posição diferente.

A minha opinião pode ser cruel, mas não apóio essa medida porque acredito que muito da causa da fome e da miséria também está na má administração pública, sendo assim, os recusos financeiros já existem, o negócio é implementar políticas públicas sérias que tratem definitivamente deste problema.

Trancado