clara campos escreveu:
Sim.
A Europa é socialista (até mesmo a direita europeia é socialista), e não é iminentemente nacionalista nem nacionalizadora.
http://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=15353
A resposta da Clara era quanto ao caráter obrigatoriamente nacionalista ou nacionalizador do socialismo em si.
Mas a minha dúvida é a seguinte, já que isto me deixou confusa:
Talvez por termos uma visão distorcida do que seja socialismo na história européia - e no presente momento político - em vistas do que ocorre com os ímpetos socializantes extremamente nacionalistas da América Latina ( mesmo que neguem e chamem de social-democracia...), fico a me perguntar quais as diferenças no cerne ideológico de uma região para outra, JÁ que os comentários de blogs e de colunistas em sites portugueses parecem remeter à mesma ogeriza ao estabelecimento de um socialismo em Portugal e na Europa em geral. Por que então estas reações por vezes até mais enfáticas, se a Europa já seria socialista ?
Como exemplo a isto, postei naquele mesmo tópico um trecho de um blog português, que eu havia coletado faz um tempinho para um trabalho escolar sobre a Europa:
"Portugal aparece claramente como um país de cultura colectivista fortemente avessa ao risco, e de cultura colectivista com grande distância em relação ao poder, mais próximo dos diversos países da América Latina, mas também de países como a Coreia ou a Tailândia, do que dos diferentes países da Europa ocidental ou da América do Norte."
E o que vem a ser o Manifesto 2009?
"Virar à esquerda nas próximas eleições" significaria exatamente o quê?
Mais uma perguntinha: O PES corresponderia (representativamente) a que partido aqui na AL ( já que não temos esta mentalidade tão coesa em termos socialistas)?
Após o Congresso do PES organizado no Porto, em Dezembro de 2006, a expectativa em torno do Conselho de Sofia era elevada. E estas não foram defraudadas, pois o seu contributo político foi muito intenso. Confirmou-se o papel central que o Manifesto 2009 assumirá na vida próxima do PES e, inevitavelmente, dos diversos partidos socialistas nacionais; bem como o papel que o movimento dos Activistas pode, e deve, desempenhar na boa condução desta original iniciativa.
A maioria das intervenções no Plenário e nas sessões paralelas, de delegados, convidados e activistas, foram assim de acordo com os quatro assuntos-base do Manifesto: Save our planet, New Social Europe, European democracy and diversity and EU in the world.
Definitivamente, nós, socialistas europeus, temos as Ideias e Ideais; os Projecto e a Experiência; as Pessoas e as Equipas, para ambicionarmos construir uma Nova Europa.
Uma Europa com um papel estratégico na esfera internacional; com um forte discurso ambientalista e com uma Agenda Verde renovada. Uma Europa que assume a responsabilidade de alcançar as metas da Nova Europa Social. Uma Europa com uma forte e activa ligação com os seus cidadãos, que assume a diferença e a diversidade como uma marca genética, definidora da sua percepção do mundo e das sociedades contemporâneas.
Só uma Europa socialista poderá fornecer as respostas políticas aos problemas sociais que modelam o nosso quotidiano com as cores negras da injustiça social e da discriminação aleatória. Só uma Europa dominada pelo socialismo democrático pode reparar o modelo social e construir um projecto político de desenvolvimento humano eficaz e duradouro. Com uma forte maioria socialista não tenho dúvida de que uma Nova Europa Social pode ser uma realidade.
Mas para tal possa ser efectivado é necessário que a Europa vire à esquerda nas eleições de 2009; e é aqui que a construção do Manifesto assume importância estratégica. Não só porque assegura que a relação entre o PES e as suas bases seja dinâmica, valida e validada, com uma afinidade estratégica assumida com os PES Activists; não só pela qualidade da proposta política daí proveniente; mas também porque colocará o PES como primeira estrutura europeia a ter a veleidade de pensar como um organismo coeso, multipartidário e multinacional, com uma agenda europeia própria e com um projecto integrado e articulado com os partidos nacionais, as suas estruturas de base, activistas, organizações não governamentais e sociedade civil.
No Congresso do Porto, no ano passado, este tema já tinha sido abordado. Em Sofia o caminho ganhou mais pavimento, num trilho que ainda verá apeadeiros em Viena (entrega final das propostas para o Manifesto 2009, em Junho 2008) e Madrid (apresentação do Manifesto, Dezembro 2008), antes da exposição final nas eleições europeias de 2009.
Ao Partido Socialista português, que tão bem representando tem estado nestes certames, cabe tem a responsabilidade de sustentar uma fasquia elevada: o nome Lisboa. Lisboa tem, na cena Europeia, um elan muito especial, e são recordados sempre com muito carinho os acontecimentos na capital portuguesa. Primeiro a muito citada Agenda de Lisboa, herança de António Guterres; agora, se tudo correr como planeado, o Tratado de Lisboa, herança de José Sócrates.
A marca Lisboa existe, hoje, nos corredores da Europa. É associada a preocupação social, a desenvolvimento, a progresso e a futuro. No governo soubemos construir essa marca. Que no Partido saibamos continuar este trabalho.
Vamos ajudar a construir o Manifesto 2009.
Vamos ajudar a ganhar 2009!
http://www.manifiesto2009.es/blog/2007/ ... id-lisboa/